Vivemos acima das possibilidades do país, mas muito abaixo das nossas necessidades individuais, criadas por um modelo económico e social financeiramente muito exigente!
Na realidade os impostos que pagamos hoje deveriam servir também para pagar a divida que o Estado acumulou ao longo dos últimos vinte anos, a qual continua a aumentar apesar da areia que o governo nos atira para os nossos olhos. Entretanto vai desbaratando o dinheiro arrecadado pelos impostos, em obras megalómanas, comboios de alta velocidade, autoestradas sem transito que as justifique, nacionalizações e privatizações que parecem ser fraudulentas, perdões de dividas ou impostos a empresas com centenas de milhões de lucros, negócios duvidosos, jogos de influências bem como promessas eleitorais que não são cumpridas.
Uma família entra em falência quando as suas despesas são sistematicamente superiores às receitas, aumentado continuamente as suas dividas. Um qualquer país pode ter o mesmo problema. Portugal tem uma divida externa total, pública e privada, superior a oitocentos mil milhões de euros, ou seja, cerca de quatro vezes a produção total durante quatro anos. Este país tem recursos, poucos, não tem é tido governantes à altura de gerirem os poucos recursos existentes e com eles satisfazerem as necessidades sociais sempre crescentes.
Os portugueses e quase todos os europeus, vivem do crédito, as pessoas e os países estão endividados, consomem mais do que aquilo que produzem, para isso ser possível há pessoas e países que consomem menos do que produzem gerando poupança que vão emprestar aos outros, sem isso não haveria dinheiro para emprestar. O consumismo apoderou-se do modo de vida das populações europeias conduzindo-as para um modo de vida insustentável em termos financeiros e de delapidação dos recursos naturais.
Há vinte anos que se anda a distribuir a riqueza que não se produz, têm sido adotadas políticas de distribuição de rendimentos inexistentes, pedir emprestado para consumir, para satisfazer os interesses imediatistas das clientelas políticas sem uma visão de futuro nem políticas coerentes de investimento produtivo com aproveitamento dos recursos internos, a consequência tem sido o aumento contínuo da divida externa, a qual tem que ser paga, com o empobrecimento continuo da população no seio da UE.
Não tem sido feito nada para travar o aumento da dívida, tentam mitigar o défice, mas não trabalham para haver superavit, contudo, só quando houver superavit é que a divida pode diminuir. A redução do horário de trabalho e as greves são individualmente justas, mas também são contrários aos interesses de longo prazo da comunidade no seu todo.
Por exemplo, a seguir à segunda guerra mundial, a Alemanha e o japão desenvolveram-se devido à competência governativa e por trabalharem doze horas ou mais por dia, não foi trabalhando menos horas nem com incompetência, o Plano Marshall foi apenas o motor de arranque.
A taxa de fiscalidade em Portugal é muito elevada, a divida continua a aumentar, a clientela política, a corrupção, o amiguismo e a incompetência absorvem os meios financeiros do Estado, sem que a população beneficie alguma coisa com o esforço que lhe é exigido.
Até agora apenas a classe social mais alta tem enriquecido, sempre à custa da classe média e da mais pobre. Os grandes beneficiários líquidos têm sido os grandes grupos económicos estrangeiros que transferem para o exterior os lucros obtidos.
Portugal está empobrecido. É preciso que os governantes tenham a coragem de dizerem a verdade aos portugueses e que tomem as medidas necessárias urgentemente.