No rescaldo do Verão chega um Outono cheio de novidades políticas.
O Outono traz consigo a sabedoria das escolhas. É hora de decidir, de avançar, de dar novos passos em frente e iniciar novos ciclos.
A Natureza tem tanto para nos ensinar. Sabemos bem a importância de libertar velhos padrões e sistemas de crenças que já não nos servem nem nos acrescentam, para que assim, definitivamente nos possamos renovar com uma nova atitude, com uma nova consciência.
É urgente aprender a ser e a despir as carapaças que não são nossas, a largar os pensamentos que não nos pertencem, a libertar sentimentos que nos intoxicam…
É urgente aprender com as vivências que temos tido e deixar vir ao de cima o nosso Eu genuíno.
É urgente pensar o presente olhando o futuro, na política e na vida.
Se prestarmos mais atenção aos detalhes da Natureza, perceberemos que cada estação do ano traz mensagens e convites específicos. No entanto, muitas vezes não conseguimos vislumbrar esses sinais porque insistimos nas nossas perspectivas pré-formatadas.
Quando as árvores começam a perder as suas folhas, também devíamos perder velhos hábitos, velhos ressentimentos e ganhar novos polos de esperança, de vontade de (re)construir e de criar um ambiente renovado à nossa volta.
Ao contrário de apatia e tristeza comportamental associada ao Outono, este tempo pode ser aproveitado para amadurecimento e para preparar novos frutos.
No meio de tantos acontecimentos é preciso saber gerir a mudança que está a acontecer a vários níveis.
As novas regras da Direcção-Geral da Saúde, nomeadamente a menor exigência em relação ao uso de máscara e a aberturas de certos espaços de diversão, trarão mudanças nos comportamentos sociais.
Os resultados eleitorais trarão mudanças nas iniciativas de várias autarquias e na vida pessoal de muitos autarcas (tanto na vida dos que ganharam como na dos que perderam).
Quem expôs os seus sonhos e não saiu vencedor, que veja neste novo ciclo de quatro anos, até novo momento eleitoral autárquico, uma nova possibilidade. Ver na melhor perspectiva, ou seja, perder uma eleição não é perder a esperança, mas ver como uma oportunidade de se abrirem outros caminhos, muitas vezes inesperados.
Pode não se ser vencedor eleitoral, mas pode ser-se vencedor a nível de crescimento pessoal, pois a vida política é uma escola.
Depois há o dilema da oposição, ajudar os que ficaram dando sugestões construtivas ou guardar e melhorar as ideias para quatro anos depois?
Pegando no tema do meu anterior artigo em que dei enfoque ao “cooperar em vez de competir” a nível desportivo, penso que se aplica também a nível político.
O importante é saber gerir a mudança, porque mudar não é um drama, mas é uma oportunidade, até para quem perde.
É crucial haver desenvolvimento e relembrar que o desenvolvimento se não for sustentável não é desenvolvimento.
O conceito é bastante amplo e aplica-se a todas as áreas, nomeadamente à ecologia, à saúde, ao apoio social, à cultura e à mobilidade inclusiva.
Ficam os votos de boas concretizações para as equipas que iniciam os seus mandatos e o incentivo de procurar inspiração na Natureza que se renova entre perdas e ganhos.
Este novo trimestre, o último de 2021, com tantas mudanças e expectativas de voltar à vida pré-pandemia, ditará, em muito, o que será 2022.
* A autora não escreve segundo o acordo ortográfico