O Valor é uma das áreas teóricas da Economia que tem gerado um sem número de teorias desde há séculos, não vou debatê-las aqui porque não é esse o meu objetivo.
É frequente ouvirmos falar em coisas que foram vendidas por um preço muito diferente do seu valor real. Este facto remete-nos para um conhecimento aceite pela generalidade de quem se dedica a estas questões económicas do Saber.
O Valor será, segundo o consenso generalizado, a quantidade de trabalho que é incorporado no objeto, ou seja, a quantidade média de trabalho que é necessária para produzir o bem em causa. Se o ouro existisse em abundância na natureza, não dava trabalho apanhá-lo, logo o seu valor seria diminuto, tal como os calhaus num ribeiro, o mesmo se pode dizer dos diamantes.
Quanto mais trabalho um bem necessitar para ser produzido mais valor terá. É por isso que os bens agrícolas, como têm pouco trabalho incorporado por cada unidade, são baratos, enquanto que os artigos eletrónicos são caros.
Uma coisa é o valor, outra é o preço de transação. Enquanto o valor é intrínseco ao próprio bem o preço varia com a oferta e a procura, com a moda, com a desvalorização da moeda em circulação no país, com as campanhas publicitárias, com a época do ano, com as crenças e os hábitos da sociedade, com o poder de compra nos outros países, bem como com condições especificas do comprador ou do vendedor, como seja a necessidade de vender ou de comprar. Por exemplo a necessidade de comprar máscaras levou a preços especulativos, e, o preço de um copo de água no deserto pode ser uma fortuna. Há teorias económicas que tentam incorporar todas estas variáveis numa teoria do valor, sem sucesso.
Os governos dos diferentes países esforçam-se para que as empresas exportadoras produzam bens cada vez mais complexos, incorporando cada vez mais trabalho e dessa forma aumentar o valor global das exportações ainda que vendam a mesma quantidade de bens, isto é fácil nos países desenvolvidos, mas é muito complicado nos países pobres onde falta tudo, por isso têm que se dedicar à exploração de matérias-primas baratas comparativamente aos produtos industrializados dos países ricos.
É, pois, necessário não confundir o valor com o preço porque, ainda que muitas vezes sejam iguais, são realidades com contextos de definição muito diferentes.