Caros leitores,
Hoje vou escrever-vos sobre mobilidade e transportes no Algarve. Um tema que afeta e mexe com a vida das pessoas. Melhor dizendo, mexe é pouco, já que a falta de mobilidade e os transportes existentes não dão resposta às necessidades da Região face à grande dinâmica que a mesma atravessa e, como é óbvio, é necessário ser acompanhada de Infraestruturas e meios de transporte condizentes com essa mesma dinâmica.
Nos últimos anos, pouco ou nada foi feito que se viesse a refletir nos dias de hoje. As mudanças negativas, como por exemplo, a colocação de portagens na Via do Infante, acarreta o bloqueio da atividade económica e turística da Região. Por outro lado, a intervenção na EN125 é cada vez mais bloqueadora face à forma como a mesma foi intervencionada, já que cria entraves, até em zonas onde uma ambulância tem dificuldades em circular e ultrapassar, sabendo nós o que isto quer dizer para quem necessita de intervenção médica urgente. Por outro lado, o troço entre Olhão e Vila Real de Santo António está num estado miserável de conservação. Tudo isto acumula-se numa região onde Residentes e turistas ultrapassam vários milhares de utilizadores. Obviamente que as outras vias nacionais também não estão à altura do que é minimamente exigido.
Deixo aqui uma nota para o papel das autarquias do Algarve, que de uma forma ou de outra, lá vão com os seus financiamentos fazendo melhorias nos pavimentos.
E o que dizer da via férrea? A necessidade de eletrificação da mesma entre Tunes e Lagos já por diversas vezes anunciada, mas até hoje nada de nada foi feito. E o que dizer do material circulante entre Lagos e Vila Real de Santo António? Comboios e automotoras com aspeto horrível e com poucas condições para os passageiro, horários desadequados para os dias de hoje, como se regredíssemos 50 anos. Modernidade é coisa que não se vê e não se sente nesta área dos transportes.
Sobre os transportes urbanos usados pelos diversos municípios nos últimos anos tem havido um aumento do número de veículos e também das zonas que as mesmas servem. Foi um investimento interessante e que estão a servir milhares de utentes todos os anos e, a cada dia que passa, esse serviço vai sendo alargado, o que é muito positivo para a região e em particular para quem circula nessas áreas. Mas a grande questão prende-se com a mobilidade entre municípios e em particular do interior para o litoral algarvio. Aqui existem poucas ofertas, ou seja, poucas carreiras disponíveis para servir as pessoas.
Poucos transportes, poucas ofertas… e aqui, mais uma vez, o utente a ser prejudicado, ou seja, as pessoas que estão a viver nessas zonas do interior, e trabalham no litoral, como fazem? Apenas por meios próprios. Face aos salários baixos e aos elevados custos de combustíveis torna-se insustentável.
Enfim… um conjunto de contrariedades que só se resolve com uma rede de transportes regionais que venham servir toda a população com preços competitivos com as posses das pessoas.
Sendo este um dos principais problemas da região e sabendo que a AMAL tem em mente um plano ambicioso para resolver este problema, confiemos pois que isso venha a acontecer e em breve
Pensem nisso,
O Algarve agradece!