Alivia-se o quadro de restrições à pandemia, mas não podemos fechar os olhos às medidas de proteção, em particular no que diz respeito aos produtos para limpeza e desinfeção das mãos e das superfícies. Uma das vias mais frequente de transmissão dos vírus é através das mãos sujas, por contactos com superfícies contaminadas. Tocar com as mãos contaminadas no nariz, na boca ou nos olhos permite que o vírus entre no organismo. Deu-se primordial importância aos produtos antisséticos para prevenir as infeções, são produtos que também servem para tratar pequenas lesões e ferimentos ligeiros. No caso das instituições de saúde estes antisséticos são cada vez mais usados em meios hospitalares, onde existe o risco potencial da infeção nosocomial (infeção adquirida nos hospitais por microrganismos multirresistentes).
Os antisséticos que podemos guardar na farmácia doméstica servem para o tratamento das bolhas, esfoladelas e arranhões e também requerem um uso prudente, já que podem alterar e fazer desenvolver algumas estirpes patogénicas quando se usam a torto e a direito. Mas vale precisar conceitos: limpar não é o mesmo que desinfetar e desinfetar não é o mesmo que esterilizar. A lavagem das mãos é o primeiro marco no controlo das infeções, lavar é remover a sujidade. Deve lavar-se as mãos após tossir, depois de contatar com pessoas com doenças respiratórias, depois de ir à casa de banho. Desinfetar permite destruir a maior parte dos microrganismos. Os desinfetantes são substâncias suscetíveis de eliminar ou matar por ação direta os microrganismos indesejáveis e de inativar os vírus (como é evidente, em nenhuma circunstância o seu uso pode ser evocado como qualquer outra forma de substituição das vacinas, hoje cientificamente comprovadas como a melhor arma para nos escudar do COVID).
Já que se falou na distinção entre lavar e desinfetar, é bom não esquecer que devemos lavar muito cuidadosamente as feridas. A esterilização é a forma mais eficaz de destruir os microrganismos; recorre-se ao calor, às radiações ionizantes e a outros processos, mas este método não é recomendável para aquelas situações que têm a ver com os males ligeiros, estes são tratados com medicamentos ou produtos à venda nas farmácias.
Não se podem usar desinfetantes à toa. Há antisséticos muito agressivos que não se recomendam a grávidas, mulheres que amamentam e crianças com menos de ano e meio. Pessoas que sofram da tiroide ou que sejam alérgicas ao iodo devem falar previamente com o médico ou quando vão à farmácia devem ter a preocupação de as alertar para as doenças que sofrem.
No caso de haver feridas profundas, exposição de gordura na região lacerada, sinais de infeção ou existência de objetos ou resíduos não removíveis, perda de sangue que não se consegue estancar, a melhor via é a urgência hospitalar.
O aconselhamento farmacêutico é mais do que justificável, será o caso da aplicação de um antissético em feridas sujas, extensas ou com sinais de inflamação. Este profissional de saúde alertará para o tempo útil destas substâncias (a maior parte dos antisséticos não deve ser usada mais do que 7 dias, depois de aberta a embalagem); e também o farmacêutico desaconselhará o uso, por rotina, de produtos antisséticos.