1. Há pessoas que têm o gosto pela leitura, escrita e oralidade.
Por outro lado, se há gente letrada, infelizmente, há outras, também, que por razões diversas são iletradas, analfabetas e ignorantes (“analfabrutos”) que neste caso sui géneris, são pessoas convictas de tudo saberem e assim, dispensarem quaisquer aprendizagens.
Ora, ninguém deverá criticar aqueles que muito escrevem, lêem ou falam, só porque no seu caso particular tem dificuldade em concentrar-se com pormenorização e correcção, nomeadamente, para efectuarem uma boa leitura e que esta requeira uma atenta análise e/ou abstracção.
Talvez que uma “revistinha do tipo Maria, ou um jornaleco de futebol rasteiro”, os possa satisfazer…
Se perante uma suposta leitura ou escrita (um pouco mais elevadas), possa ocorrer um certo esforço intelectual ficam de imediato “cansados”, confusos e todos baralhados, não conseguindo separar o trigo do joio.
Pessoalmente, prefiro lidar com o analfabeto que por norma é uma pessoa simples e sedenta de aprendizagem, enquanto que com o ignorante (“analfabruto”), este dispensa os diversos conhecimentos, e até pretende “despejar a sua sabedoria”, a todo e qualquer seu interlocutor.
Por outro lado, a liberdade de expressão e pensamento, são conquistas do sistema democrático (instituído), desde que não se ultrapasse o limite das liberdades dos outros.
Assim sendo, a escrita, a poesia, a música, a oralidade, o teatro, a conversação, etc, etc são a expressão livre dessas mesmas ideias.
Na sociedade materialista, consumista em que, infelizmente, vivemos, a Educação e Ensino (entre outros sectores importantes), têm sofrido várias alterações, na sua estruturação e currículos.
Chego a pensar que alguns dos diversos poderes instituídos no nosso país, girando à volta de certas políticas partidárias e pelo intenso desejo da sua manutenção no poder, não têm demonstrado até hoje um grande interesse pelo saber-saber mas sim procurar enredar-se mais pelo saber-fazer e de cariz, até mais empírico.
É evidente que o equilíbrio da diversidade dos saberes deve resultar da conjugação da teoria+prática, senão não se pensa com a “cabeça ” mas sim com as “mãos e pés”.
Ora tudo isto poderá, inclusivamente, interessar a uma fácil manipulação, sobre o povo contribuinte e votante…
2. Percepção de Neo-feudalismo
Particularmente, sinto que estarmos a caminhar para a construção de uma sociedade de tipo “Neo-feudal”, ou seja para a composição de uma pirâmide social, sobretudo, semelhante no modo funcional praticado em algumas das nossas autarquias, tendo por base a descentralização de competências e a “pseudo-regionalização” mas que são bem diferentes no meu particular entendimento de uma autonomia regional político-administrativa.
Por razões óbvias, interessa no dito pormenor, a manutenção de determinados políticos nos “poderes regionais e locais” e até alguns deles são eleitos, através de colégios eleitorais partidários – uma espécie de “elitismo no Poder”.
Cria-se assim pouco e pouco dessa forma uma espécie de “pequenos Estados, dentro de um Estado maior” (Portugal).
Bem, no topo da dita “pirâmide social”, nomeadamente, ao nível de certas autarquias portuguesas, teremos os seus presidente das câmaras, alguns deles, até oriundos da nossa “nobreza campestre”.
Logo abaixo, seguem os vereadores, presidentes de Juntas de freguesia, (vassalos do “rei” e com direito a vassalagem pelos súbditos menores).
Depois, no outro patamar estão os homens de negócio, os grandes proprietários de terras e outro tipo de património, o patronato do respectivo concelho, a nata dos “colarinhos brancos” da administração pública – a burguesia (classe média-baixa).
Finalmente, na base da pirâmide fica o povo trabalhador – a “Plebe”, ou seja os assalariados, reformados, trabalhadores por conta de outrém e muitos deles com grandes dificuldades económicas.
Assim, a “Plebe” na base da dita pirâmide vai-se tornando cada vez mais dependente dos “senhores feudais” e subservientes a esse tipo de poder que tudo procura controlar para se manter tanto quanto possível, nos patamares superiores.
Em conclusão
Meus caros e prezados amigos que ao menos se deixe em paz, quem ainda tem massa encefálica e consegue pensar, ler, escrever e falar, a Bem das boas causas dos seus concidadãos e como tal, reage a todo este sistema caduco e carunchoso.
- *Este meu artigo considero-o de interesse para melhor percepção da nossa Cidadania.
- *Cidadão pró-activo e naturalmente, político à moda Aristotélica, vivendo em sociedade e que com ela reage e interage para o apuramento da essência
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