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Cultura, Opinião

Leitura da Semana: Oh, William!, de Elizabeth Strout

Esta semana, Paulo Serra propõe a leitura de uma das romancistas americanas mais aclamadas da atualidade, galardoada com o Prémio Pulitzer.

09:21 9 Agosto, 2022 09:21 9 Agosto, 2022 | Jornal Postal
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Paulo Serra,
doutorado em Literatura na UAlg
e Investigador do CLEPUL

Oh, William!, de Elizabeth Strout, com tradução de Tânia Ganho, é o regresso desta autora, galardoada com o Prémio Pulitzer, à personagem de Lucy Barton – protagonista dos romances O meu nome é Lucy Barton e Tudo é possível. 

Lucy Barton é agora uma mulher madura, que conquistou fama e sucesso enquanto escritora, e vive em Nova Iorque. Num momento de crise emocional, na vida de ambos, Lucy reaproxima-se do seu primeiro marido, pai das suas duas filhas, William, um homem tão cativante quanto difícil. Lucy ficou viúva recentemente, por seu lado William, com setenta e um anos, atravessa uma crise no seu terceiro casamento, enquanto procura descobrir um segredo do passado da mãe. É justamente a Lucy que William pede apoio e companhia, e juntos iniciam um périplo geográfico e emocional que os levará para longe de Nova Iorque.  

Elizabeth Strout obteve sucesso mundial com Olive Kitteridge, adaptado a uma mini-série com a Frances McDormand – Foto D.R.

Oh, William!, como o próprio título deixa perceber, está escrito de forma intimista e coloquial. Ainda que a narradora não interpele diretamente o leitor, é como se a ouvíssemos desmontar a sua vida emocional e familiar, numa narrativa que recua constantemente de modo a iluminar o presente. Ao evocar o passado de ambos — os tempos da faculdade, o nascimento das filhas, a dissolução do casamento e as vidas refeitas com novos companheiros —, Strout compõe o retrato de uma convivência de décadas, tão conturbada quanto cúmplice, explicando sobretudo como o fim de um casamento não significa por força o final de um vínculo, independentemente de o amor persistir. 

«Enquanto percorríamos a estrada, de repente tive uma recordação visceral de como o casamento foi, de vez em quando, uma coisa hedionda para mim, ao longo daqueles anos que passei com o William: uma familiaridade tão densa que enchia o espaço, a garganta praticamente entupida com o conhecimento do outro» (p. 131). 

A estratégia irreverente desta narradora, que aparenta predispor-se a falar sobre o ex-marido, mas fala sobretudo de si, conduz-nos numa poderosa reflexão sobre o casamento, a família, o amor, a perda, a ascensão social e os segredos de família. Este romance confirma Elizabeth Strout como uma das escritoras mais empolgantes da atualidade, cuja escrita extremamente subtil interliga o gesto mais banal com a profundidade psicológica e a reflexão em torno da existência e das relações humanas. 

Elizabeth Strout nascida em 1956 em Portland, nos Estados Unidos da América, é uma das romancistas americanas mais aclamadas da atualidade. A autora obteve sucesso mundial com Olive Kitteridge (adaptado a uma fabulosa mini-série com a Frances McDormand), obra que lhe valeu um Pulitzer. Foi também finalista dos prémios PEN/Faulkner Award, Orange Prize e International Dublin Literary Award, no Reino Unido. 

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