Meus desacontecimentos, da escritora, ativista, jornalista e documentarista Eliane Brum, é mais um título a integrar a fantástica coleção de não-ficção literária da Companhia das Letras. Sendo a repórter mais premiada do Brasil, esta sua estreia em Portugal é marcada por um livro de não-ficção que, como acontece com os outros títulos desta série, nada fica a dever à ficção e à boa prosa literária.
Em Meus desacontecimentos – a história da minha vida com as palavras, a autora traça o seu percurso de vida e começa por percorrer as suas memórias de infância, a começar por aqueles que viveram (também fugazmente) ainda antes de Eliane chegar ao mundo.
Uma história que começa na escuridão, e que revela como alguém se recria, e consuma uma vida, através da palavra escrita, pois reconstituir as nossas memórias pode parecer um trabalho de arqueologia, mas revela-se, sobretudo, como uma forma de enterrar o velho eu para dar lugar ao novo.
Uma história que começa na escuridão, e que revela como alguém se recria, e consuma uma vida, através da palavra escrita
Eliane Brum nasceu em 1966, em Ijuí, no Rio Grande do Sul. Vive em Altamira, no coração da Amazónia. Escritora, jornalista e documentarista, é a repórter mais premiada da história do Brasil, tendo recebido em 2021 o Prémio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia (EUA), pelo conjunto da sua obra. Fundou a plataforma Sumaúma – jornalismo do centro do mundo (sumauma.com), baseada na Amazónia. É colunista do El País e colabora regularmente com o The Guardian e o The New York Times.
Publicou nove livros, de entre os quais se destacam A vida que ninguém vê, O olho da rua, The collector of leftover souls (finalista do National Book Award), A menina quebrada e Banzeiro Òkòtó: Uma viagem à Amazônia centro do mundo.
A sua obra está publicada em inglês, italiano, alemão, francês, espanhol e polaco.
Leitua da Semana: Leitura da Semana: A tradução do mundo, de Juan Gabriel Vásquez | Por Paulo Serra