1 – Pouco se ouve “falar” sobre determinados problemas dos idosos e das suas necessidade de cuidados específicos.
Eles são ainda os pais e avós neste país que chegados à idade mais avançada requerem maiores cuidados, sobretudo, na área da saúde e de caráter socio-económico-cultural.
2 – Onde param, por exemplo propostas de edificações de lares ou centros de dia (públicos), colmatando a falta dos mesmos nos diversos concelhos, tornando-os assim, também, mais acessíveis às “bolsas dos próprios idosos e respectivos familiares mais próximos que os apoiam”!?
O ideal seria que os idosos tivessem um apoio social directo e eficaz, estando em casas dos filhos.
3 – Aquilo que lhes é exigido ao procurarem entrar para um lar é um pagamento mensal muito elevado por serem lares privados, ou com apoio do Estado – IPSS, o que leva a situações muitas vezes dramáticas no seio de muitas famílias que terão de cuidar dos seus pais ou avós, com carinho e amor mas sem o puderem fazer, por falta de disponibilidade da sua presença física, sem espaços adequados, sem conhecimentos específicos na área da Saúde, nem recursos financeiros.
4 – Hoje em dias os casais mais jovens trabalham fora de casa, só chegando à noite e usufruindo baixos salários mensais.
A maioria dos idosos não tem condições económicas adequadas ao seu substancial problema e são remetidos ao “abandono e isolamento”…
Qualquer partido político que se preze democrático tem por dever defender nos seus debates públicos e através de acções, a prática de um serviço “público”, independentemente, da existência da iniciativa privada.
5 – Esse sim seria um grande exemplo democrático e de cidadania, a prestar a muitos dos seus apoiantes e votantes idosos, além dos restantes concidadãos. Pois eles não servem apenas para o compto geral dos votos apurados para a lista vencedora! E depois?!…
Sim é sabido que há algumas comparticipações do Estado social mas há montantes que deveriam reverter para a construção de lares públicos e centros de dia em vez de serem injectados milhões de euros nos privados, através do sistema IPSS…
6 – Então mas se o nosso Estado social comparticipa esses ditos lares ou centros de dia porque não se toma a seguinte iniciativa:
– a construção de lares municipais para idosos ou centros de dia (públicos) nos diversos concelhos do país que seriam deste modo mais acessíveis, economicamente, para os idosos, ou para as suas familias que os apoiam.
7 – Esses ditos “seniores” num determinado momento da sua vida, tudo fizeram, apoiando o “mundo jovem”.
Agora seria muito justo que os diversos políticos com responsabilidades acrescidas, correspondessem de igual modo porque no seu percurso de vida, também eles vão caminhando para a velhice… e até seria muito bom que todos lá, pudessem chegar.
8 – Os nossos políticos nos poderes de governação, nunca deveriam perder de vista a dialéctica de vida – saber do Passado – para se entender o Presente e preparar o Futuro.
É evidente que muitos pensarão que estando na política activa com funções acrescidas, não necessitam de se preocupar com esta questão, por diversas razões que não vou aqui mencionar.
9 – Contudo, esquecem-se que tais funções público-políticas, não são vitalícias. Que aproveitem então o tempo no activo para a prática de boas acções, enquanto estão nos poderes instituídos porque depois, o “vento os levou”.
Tanto dinheiro que é gasto em tantas coisas supérfluas!
10 – Esses milhares ou milhões despendidos nos nossos dias, muitas vezes, ingloriamente, deveriam ser sim investidos, onde muita falta fazem e esta seria uma acção altruísta do Poder político, se tal se concretizasse. Bem haja a qualquer iniciativa do género…
Será que parte da tão falada “Bazuca” e dos PRR, não poderia contemplar a construção de lares e centros de dia municipais que reverteriam para melhor acessibilidade económica, relativamente, aos idosos deste país!?
Que se reflita, seriamente, nesta matéria, enquanto é tempo…
* Pós-graduado e técnico superior em SHST;
Outras;
Professor e cidadão pró-activo.