A Biblioteca Municipal de Faro, cujo nome do poeta farense António Ramos Rosa lhe foi atribuído e tal como a conhecemos hoje, tem quase 23 anos. No entanto, esta Biblioteca é centenária, pois a sua criação remonta ao início do séc. XX. A 13 de novembro de 1902 tornou–se oficial a criação da Biblioteca com a entrega dos primeiros 2000 volumes que ficaram instalados numa sala dos Paços do Concelho.
De 1902 a 1943 a Biblioteca pouco evoluiu, pois não se conhecem livros de registo, catálogos ou estatísticas, mas sabe-se que em 1904, Henrique Freire, nomeado Bibliotecário, propõe para patrono da Biblioteca o poeta algarvio João de Deus.
Em 1943 toma posse um novo Diretor, o Dr. Moreira Júnior, todas as obras são registadas e é elaborado um catálogo. É, ainda, criada uma biblioteca ao ar livre na Alameda João de Deus. Em 1948, o Dr. Moreira Júnior abandona o lugar de Diretor que só volta a ser preenchido em 1966 pelo Dr. José António Pinheiro e Rosa.
Em 1959, é criada a Biblioteca Fixa da Fundação Calouste Gulbenkian de Faro que funciona numa sala do edifício da Câmara contígua à Biblioteca Municipal.
Em finais da década de 70, a Biblioteca Municipal e a Biblioteca Fixa da Fundação Calouste Gulbenkian são transferidas para novas instalações no Convento da Nossa Senhora da Assunção, onde ocupam uma área aproximada de 150m2, juntamente com o Museu Arqueológico e Lapidar Infante D. Henrique que ocupa a maior parte do edifício. Coexistindo no mesmo edifício e em salas contíguas foram sempre complementares uma da outra: a municipal mais vocacionada para a leitura de presença, consulta de obras de referência, fundo local e a da Gulbenkian mais direcionada para o empréstimo de literatura infantojuvenil.
Até 1991 não se conhecem quaisquer registos dos movimentos de empréstimo ou n.º de leitores, sendo apenas possível apurar o n.º de obras existentes.
Em 1997 a Câmara Municipal contrata um bibliotecário que passa a ser responsável pela gestão da Biblioteca. Todas as obras são reclassificadas de acordo com a tabela CDU, intensificam-se as ações de animação em colaboração com a Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian e o horário de abertura ao público é alargado, passando também a funcionar aos sábados de manhã.
No ano seguinte é criado o Gabinete do Projeto Municipal de Bibliotecas sob a responsabilidade da Bibliotecária Graça Cunha. Compete a este Gabinete a gestão das duas bibliotecas, bem como a preparação de todas as tarefas ligadas à instalação da nova biblioteca municipal, integrada na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas. São, ainda, competências do Gabinete o apoio à Rede de Bibliotecas Escolares do concelho, bem como a venda de publicações editadas ou apoiadas pela autarquia.
As obras de construção do novo edifício, onde hoje está instalada a Biblioteca, começaram em junho de 1999; os alicerces ficaram prontos para que no dia 7 de setembro – Dia da Cidade – fosse lançada a primeira pedra.
A Biblioteca Municipal de João de Deus encerrou em janeiro de 2001, para permitir a preparação do espólio e a sua transferência para as novas instalações. Em fevereiro, encerrou a Biblioteca Gulbenkian, para que o seu fundo documental fosse integrado no fundo municipal. Durante os meses de março e abril foi transferido o espólio documental (cerca de 50.000 volumes) e os serviços para o novo edifício.
O novo edifício situa-se no espaço anteriormente ocupado por um antigo matadouro municipal, cuja fachada neo-árabe, datada de 1897, foi preservada. Esta entrada prolonga o jardim alameda João de Deus e duplica a facilidade de acesso ao equipamento.
A Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa foi inaugurada no dia 23 de abril de 2001. Localiza-se na rua Carlos Porfírio n.º 20, em Faro, junto do Instituto da Juventude, relativamente perto de duas escolas, com entrada principal frente ao edifício da Segurança Social do Algarve.
Sandra Martins
(Biblioteca Municipal de Faro – [email protected])
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