Foi no ano de 1940 que a Mutualidade Popular (Associação Mutualista), com sede em Faro, enveredou pelo caminho da construção e ou aquisição de imóveis visando uma política de rentabilidade dos recursos gerados pelas contribuições dos seus associados e, em simultâneo também de proporcionar habitações condignas ou áreas comerciais e de serviços, com prioridade de opção no aluguer aos mesmos e sempre com mensalidades controladas.
O primeiro prédio, que hoje é uma referência no património urbano da capital algarvia e de que se prepara a candidatura a «imóvel de interesse concelhio» é o da sede da Mutualidade Popular, no Largo do Terreiro do Bispo, em plena baixa de Faro. Ali se fixou definitivamente a Instituição depois das dificuldades iniciais que a levaram a reunir em «casas de favor» como referia o fundador Professor Mendes Madeira e, em casa alugada na Rua Filipe Alistão, nº 54 – A.
A edificação do edifício-sede foi deliberada em Assembleia Geral realizada a 25 de Fevereiro de 1939, presidida pelo Pintor Carlos Lyster Franco e na iniciativa da Direcção a que presidia o Cónego José dos Ramos Bentes e a obra decorreu durante o ano de 1940, em plena II Grande Guerra e ficou concluído em 1941, decorrendo nele a eleição dos corpos gerentes.
Hoje dispõe a Mutualidade Popular de uma dezena de prédios em diversos locais de Faro (Ruas Cândido Guerreiro, Humberto Delgado, Lethes, Mouzinho de Albuquerque, Gago Coutinho e Serpa Pinto e Praça Sá Carneiro/ Largo do Mercado), proporcionando residência a largas dezenas de famílias e o funcionamento de espaços comerciais e de infantários.
Alguns destes imóveis revestem-se de um significado próprio como acontece com o prédio nº 4 situado na Rua General Humberto Delgado, cuja empreitada de construção foi da responsabilidade da Direção de 1948, presidida pelo Pintor Carlos Lyster Franco, que foi Director da Escola Industrial e Comercial Tomás Cabreira (ex- Escola Pedro Nunes) e que viria a ser inaugurado no ano seguinte no âmbito das comemorações do VII Centenário da Tomada de Faro aos Mouros.
Temos assim a concretização plena em dupla avenida dos objectivos mutualistas: a solidificação e ampliação das pensões subscritas e a habitação social digna e a custo controlado.