Assistimos, tristemente, à invasão criminosa por parte da Rússia à Ucrânia.
A ideia de imperialismo parece ter regressado à cena pelas mãos de Vladimir Putin e que aliás, fez parte da Rússia Imperial do século XIX, nomeadamente, em tempo dos czares que depois veio decaindo…
Em 1917 ocorreu uma revolução que terminou com o regime autoritário e absolutista czarista.
Segue-se o período histórico da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas ou, simplesmente, União Soviética que se constituiu num Estado socialista comunista, de ditadura, Totalitário, Federalista, localizado na Eurásia e que existiu entre 1922 e 1991.
A União Soviética era, efectivamente, um extenso território…
O seu fim resultou da declaração que reconheceu a independência das antigas repúblicas soviéticas, criando-se uma Comunidade de Estados Independentes, sendo a Ucrânia um desses estados… Contudo, permaneceu na memória de alguns protagonistas a ideia de reaver o espaço do antigo império que havia sido fragmentado (1991).
A República autónoma da Crimeia na Ucrânia foi um dos grandes apetites da Rússia pela sua importância geopolítica de acesso ao Mar Negro e Azov para as sua frotas navais. Assim, foi invadida e anexada no ano de 2014.
Recentemente a Rússia com a justificação de apoiar algumas das zonas de leste (separatistas ucranianos) e Pró-Rússia, deram início à invasão que assistimos na Ucrânia (leste), justificando a protecção de cidadãos russos. Contudo, têm ido avançando e já estão neste momento perto de Kiev.
Para não alongar muito este artigo, resumo o facto de que este conflito está a colocar em perigo a segurança mundial e ainda gerar grandes dificuldades económicas aos diversos países.
Como consequência destas gravosas e desumanas acções, surgiu já o aparecimento de sanções, impostas pelos EUA, Europa Inglaterra e outros países que estão contra a dita invasão.
Aa suas consequências são imprevisíveis e adivinham-se de parte a parte serem complexas.
Tudo isto leva-me pensar no nosso pequeno Portugal e aquilo que se tem vindo a fazer (perder) no tempo, relativamente, ao assegurar os nossos bons recursos naturais, nomeadamente, nas sectores da Agricultura e Pescas.
A Rússia sendo um dos maiores produtores de gás natural, petróleo, etc com certeza irá deixar, sobretudo, a Europa com a torneira fechada.
A Ucrânia é também, um dos maiores produtores de cereais, entre outros importantes produtos e com tamanha riqueza ela é, grandemente, cobiçada pela Rússia…
Pergunto: o que foi feito ao importante “celeiro” do nosso país, nomeadamente, no Alentejo e à diversidade de outras culturas fundamentais à nossa subsistência!
Quase tudo terá de ser importado!?
Por exemplo, o grande espaço alentejano virou ao cultivo massivo de monoculturas, oliveiras, pecuária, vitivinicultura e até grandes pomares agora junto ao Alqueva, etc.
A sua bela paisagem cerealífera deu lugar a tudo isto, assim como, também, no Algarve proliferam as extensas monoculturas intensivas que, consequentemente, deram aso ao aumento de consumo de água para as suas regas.
Assim sendo, estamos cada vez mais dependentes dos cereais de importação e de tantos outros produtos.
Com esta nova situação de guerra, a questão tenderá a complicar-se.
Quanto ao sector das Pescas e tendo Portugal uma das maiores zonas EEE, nem temos uma frota pesqueira em suficiência.
Afinal para que nos serve tanto espaço marítimo, tão bom clima, tão boas terras, se tão pouco aproveitamos!
Abram, rapidamente, a “pestana” enquanto é tempo, senão perdemos até o comboio a vapor do Douro…
* Licenciado em História e Ciências Sociais;
Pós-graduado e técnico superior em SHST;
Outras;
Professor e cidadão pró-activo.