Define a Organização Mundial de Saúde (OMS) a obesidade como a acumulação de um excesso de gordura corporal que pode atingir níveis suscetíveis de afetar a saúde. A obesidade já foi considerada um problema que incidia quase exclusivamente nos países mais desenvolvidos, a verdade é que tem vindo a aumentar por todos os cantos do globo, afetando todos os grupos etários. É um dos mais sérios desafios que se põe à saúde pública, fazer recuar os números da obesidade, a partir de tenra idade. Referia a OMS que já em 2012 mais de 40 milhões de crianças com menos de 5 anos eram obesas ou tinham excesso de peso. Em Portugal calcula-se que o número de adolescentes com excesso de peso e obesidade se aproxime dos 30%.
Falar de obesidade é pôr em cima da mesa o Índice de Massa Corporal, uma fórmula que equaciona o peso com a altura. Adiante-se que o excesso de peso e a obesidade são fatores de risco para determinadas doenças, destacando as cardiovasculares (principalmente doenças cardíacas e enfartes), a diabetes ou a osteoartrite (doença que se pode revelar muito incapacitante já que provoca o desgaste das articulações, resultando em dor e em mobilidade diminuída). Não se pode esquecer também alguns tipos de cancro. No entanto, o excesso de peso e de obesidade são passíveis de prevenção através da adoção de estilos de vida saudáveis, que ninguém desconhece: cuidados alimentares, sobriedade no consumo do álcool, cessação do fumar, prática de atividade física regular, acima de tudo.
O excesso de peso e a obesidade de que estamos a falar resultam, como é óbvio, do desequilíbrio entre as calorias ingeridas e as que são despendidas. Mas há outros fatores que podem contribuir para aumentar o risco de obesidade: a ingestão de alimentos altamente calóricos, como por exemplo os refrigerantes, as bebidas açucaradas, grande parte dos produtos de pastelaria, comida rápida, a inatividade física e história familiar. Não se pode iludir que as crianças cujos familiares têm excesso de peso, ou são obesos, têm maior propensão para desenvolver os mesmos problemas. Interessa relevar que estas crianças e adolescentes obesos têm uma probabilidade maior de se tornarem adultos obesos, com as doenças inerentes: pressão arterial e colesterol aumentados; níveis de glucose no sangue elevados, resistência à insulina, diabetes, dificuldades respiratórias; mas também problemas ortopédicos, complicações hepáticas, deposição de gordura no fígado. E não devemos esquecer que estas crianças revelam frequentemente uma baixa autoestima, com problemas de relacionamento com outras crianças.
Não há melhor estratégia que a prevenção, esta visará a procura de um equilíbrio energético, estimulando um regime adequado e o incitamento à prática regular de atividade física. Conjugar um número de cinco refeições com porções adequadas, pôr sempre sopa na mesa e incluir em qualquer prato legumes, vegetais, fazendo da fruta a sobremesa ideal. Os pais perplexos ou carentes de informação devem conversar com o pediatra, pedir apoio ao médico ou ao enfermeiro de família, contar com o aconselhamento farmacêutico. Nas farmácias há campanhas como a denominada “Controle o seu peso, o coração agradece”, essa campanha procede à medição do perímetro abdominal, do peso e da altura, à avaliação do índice de massa corporal, elucidando-o sobre os estilos de vida saudáveis. Os pais devem recorrer sem hesitação aos profissionais de saúde para aprender a travar e a fazer recuar a obesidade dos seus filhos, nos casos em que ela exista… Ou aprender cedo a preveni-la.