Têm sido várias as semanas de confinamento a que têm sido sujeitas as pessoas de muitos países, como forma de limitar a proximidade social, para diminuir a probabilidade de contágio e propagação do novo coronavírus.
Mas mesmo terminando o estado de emergência nos vários países, as restrições em espaços públicos irão manter-se por algum tempo.
Os museus e espaços de fruição de artes visuais não são exceção.
Assim sendo, têm sido muitos os museus que, embora estando encerrados para visitas presenciais, têm criado a possibilidade de visitas virtuais às suas exposições.
Embora nada supere uma visita presencial, a era digital tornou possível fazer visitas virtuais pelas coleções dos museus, enquanto permanece confortavelmente sentado no seu sofá.
Não é necessário viajar pelo mundo para participar em atividades culturais interessantes, pois algumas podem mesmo ser desfrutadas a partir de casa.
Sem ter necessidade de viajar, sem filas e tempos de espera, para além de não ter que pagar ingresso, pode ficar a conhecer muito do conteúdo dos principais museus do mundo através dos seus sites, sem pressas.
Esta é seguramente uma boa forma de aproveitar o isolamento social, entrando pelas “portas” digitais desses museus.
Numa iniciativa promovida pela plataforma da Google dedicada à arte e à cultura, e pensada em todas as pessoas que estão em isolamento pelo mundo, várias centenas de museus juntaram-se para oferecer estas visitas online às suas coleções.
Através do site https://artsandculture.google.com/partner?hl=en pode visitar e conhecer as obras que se encontram no Rijksmuseum ou no Museu Van Gogh, na Holanda, mas também ver a coleção do Museu do Louvre ou do Museu d’Orsay, em França, ou o espólio do MoMA – Museu de Arte Moderna, do Museu Solomon Guggenheim ou da Galeria Nacional de Arte, nos EUA.
De Portugal podemos encontrar o Museu Coleção Berardo e o Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
A lista inclui ainda a Galeria de Arte Vancover, no Canadá, o TATE ou o British Museu, em Inglaterra, a Belvedere, na Áustria, o Museu de Arte Moderna, no Japão, o Museu Pera, na Turquia, o Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea, na Coreia do Sul, a Galeria Nacional de Singapura, em Singapura, o Museu do Palácio, na China, o MOCA-Museu de Arte Contemporânea, na Tailândia, a Galeria Nacional de Arte Moderna, na Índia, o Museu Dolores Olmedo, no México, o MATE-Museu Mario Testino, no Perú, o MASP-Museu de Arte de São Paulo ou o Museu da Língua Portuguesa, no Brasil, o Museu Botero, na Colombia, o Museu Arqueológico de Atenas, na Grécia, o Museu do Prado, o Museu Thyssen-Bornemisza ou a Teatro-Museu Dalí, em Espanha, o Museu Hermitage, na Rússia, o Museu de Escultura Dresden, na Alemanha, a Pinacoteca de Brera, a Galeria Uffizi ou os Museus do Vaticano, em Itália.
Escolhi apresentar algumas imagens da Capela Sistina, que integra os Museus do Vaticano, tendo em conta a sua importância na história e na arte, bem como a dificuldade que era conseguir-se uma visita presencial antes da pandemia, pois só a podiam visitar um número limitado de pessoas em cada meia hora e com bilhetes comprados habitualmente com meses de antecedência.
É nesta Capela que se realiza o Conclave, quando é necessário escolher um novo Papa, e as suas pinturas foram feitas no final do século XV e início do século XVI. Em particular, na parece do altar encontramos “O Juízo Final”, de Michelangelo (1534).
Temos, assim, uma excelente oportunidade de emergir na história e na arte através das visitas virtuais a museus!
Gostaria de terminar este artigo salientando que a arte também está na forma de observar e usufruir aquilo que está à nossa volta, pelo que, após o período de confinamento em que nos encontrámos devido ao estado de emergência, devemos procurar apreciar aquilo que nos rodeia, com consciência plena, foco, calma, serenidade e gratidão pelos momentos em que fruímos e comtemplamos cada pormenor…
(Artigo publicado no Caderno Cultura.Sul de maio)