É frequente depararmo-nos com situações de não sabermos para onde ir por falta de uma simples placa a indicar a direção de certa localidade. Recordo-me de, há muitos anos, estar a viajar no Alentejo e passar por uma localidade que não cheguei a saber qual era porque não havia placas identificadoras nem à entrada nem na saída.
O caso mais aflitivo que conheço é o litoral do barlavento algarvio. Não houve qualquer preocupação de planificação de vias de circulação, parece ter havido apenas interesse em satisfazer interesses de proprietários de pequenas porções de terra, por isso há ruas, ruazinhas, rotundazinhas e becos sem saída, num labirinto sem sentido, mas placas indicativas das direções nem uma, andamos em circuito fechado sem saber por onde seguir.
Creio que o pensamento vigente dos irresponsáveis pela urbanização é de que “toda a gente conhece por isso não são necessárias placas”, é a teoria do ‘deixa andar’.
Felizmente há algumas autarquias que se preocupam e têm uma boa sinalização nos cruzamentos e entroncamentos, é o caso das autarquias do sotavento algarvio porque perceberam a importância da sinalização para a circulação dentro de cada concelho.
Há muita gente que chega às autarquias sem perceber que o turismo é uma indústria muito importante em Portugal. Os turistas são aqueles que não conhecem e querem conhecer, se não houver indicações nas estradas eles não irão aos sítios, pelo que não consomem, não contribuindo para o desenvolvimento local. Para além disso muitas vezes procuramos uma clínica ou uma escola, dentro de uma cidade, e temos que parar e perguntar porque não há uma placa que indique pontos estratégicos da cidade para nos orientarmos, por vezes nem para sairmos.
O certo é que as autarquias têm oficinas e funcionários que poderiam ir fazendo placas com materiais diversos, pelo que as despesas seriam mínimas, ou ainda que sejam adquiridas no mercado, é uma questão de organização, claro que há muita gente que só sabe organizar-se em lóbis partidários.
Apesar da insignificância da minha pequenina voz, faço aqui um apelo às associações de municípios que debatam esta questão. É bom para os viajantes, é bom para o turismo e, por consequência, é bom para a economia local e nacional.