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Foto reprodução site Ephemera | DR
Opinião, Política, Sociedade

As medalhas militares | Por Daniel Graça

“Para que servem as medalhas entregues àqueles que ficaram sem mãos, sem pernas ou cegos quando estavam ao serviço da corja que os obrigou a ir para a guerra?”

10:55 8 Novembro, 2023 10:58 8 Novembro, 2023 | POSTAL
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As medalhas militares são apenas latas sem qualquer valor social real.

Saí do serviço militar obrigatório há cinquenta e um anos. Nessa época deitei fora a farda e deitei as medalhas para o lixo. As minhas medalhas são os amigos que fiz na companhia a que pertenci, as quais trago permanentemente no peito, tudo o resto são adereços comerciais de todos os exércitos do mundo. O pregador que as sujeitam no peito é o cimento feito com as dificuldades e sofrimento passados naqueles dois anos de uma guerra sem sentido. Esse cimento só é compreendido por quem lá esteve.

DANIEL GRAÇA
Licenciado em Economia pelo ISEG – Lisboa; mestre em Educação de Adultos e Desenvolvimento Comunitário pela U. Sevilha; professor aposentado

Para que servem as medalhas entregues àqueles que ficaram sem mãos, sem pernas ou cegos quando estavam ao serviço da corja que os obrigou a ir para a guerra?

Para que servem as medalhas entregues às famílias de todos aqueles que morreram na guerra ao serviço daqueles que exploram o Povo?

Para que servem as medalhas entregues àqueles que ficaram sem mãos, sem pernas ou cegos quando estavam ao serviço da corja que os obrigou a ir para a guerra?

Vejo nas redes sociais o contentamento de muitos que se fingem felizes a rejubilarem por terem recebido uma carta e um bocadinho de lata para pôr na lapela, e, alguns receberam um cartão que lhes dá direito a receberem aquilo que já recebiam, sinto uma profunda tristeza pela lavagem ao cérebro de que todos foram alvo, mas na qual muitos ex-combatentes não se deixaram enredar e mantiveram a sua personalidade intelectual intacta.

Hoje evocam “os grandes combatentes da grande guerra”, mas não referem o sofrimento, o frio, o calor e a fome por que passaram. Da mesma forma chegará o dia em que alguém interessado na submissão do Povo fará o mesmo com os ex-combatentes das guerras de independência das ex-colónias portuguesas em África. Agora não querem ouvir falar neles, não atendem às necessidades de muitos, mas no futuro não faltarão estátuas, obeliscos, murais, e, medalhas entregues aos descendentes que se predisponham a assistir a sessões públicas de mentalização colectiva em homenagens eivadas de má fé política.

A simplicidade, a ignorância e a honestidade arrastaram-nos para o nosso sofrimento, das nossas famílias e dos Povos que fomos combater. Hoje continuam a existir as mesmas forças de arrastamento para as gerações futuras participarem em conflitos congeminados por aqueles que se odeiam, mas que não vão para a guerra.

O suor derramado nas trincheiras fez a argamassa das amizades construídas para toda a vida, essas são as minhas medalhas militares.

A amizade é uma planta que não precisa de cuidados especiais, existe por si só.

Leia também: O almoço da alma dos ex-combatentes | Por Daniel Graça

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