Como consolação e justificativo para a continuação da guerra visando enfraquecer a Rússia e fragmentá-la (como é vasto e rico o seu território!), enquanto aguardam, esperançadas, que um «bom» Biden 2.0 substitua um «mau» Trump na Casa Branca, as «elites» governantes europeias (com as devidas exceções que justificarão a regra) clamam que os russos, em três anos de guerra, ainda não conseguiram vergar os ucranianos, como se isso, até, não fosse o mais natural, sabido como eles se apresentaram no campo de batalha mal calçados, pior comandados e tendo de recorrer à extração de chips de eletrodomésticos para conseguirem pôr a trabalhar velhos carros de combate herdados do tempo da ex-União Soviética!
O que seria de admirar, talvez, é os ucranianos, apetrechados com o mais sofisticado armamento da OTAN, desde carros de combate Leopard até aviões F-16, beneficiando do mais categorizado treino e aconselhamento desta, ainda os russos não terem conseguido curvar, antes pelo contrário, já que, ainda que grão a grão, não têm deixado de vir a encher o papo em cada dia que passa com território conquistado!
Mas pronto, também não somos especialistas em questões militares, matéria em que especialistas serão, isso sim, ilustres majores-generais nossos como um Isidro ou Arnaut, ou, ainda, um tenente-general Serronha, só não se compreendendo como, ainda, não foram mobilizados para conselheiros militares de Zelensky, que os russos já há muito se teriam rendido, não exibindo uma simples bandeira, mas um grande lençol branco, para uma sua maior vergonha e humilhação!

Jurista
Em suma: com "elites" governantes assim, a Europa terá, sem dúvida, um futuro radiante à sua frente!
Entretanto, depois de ter estado em cima da mesa, logo no início das hostilidades, um acordo de paz entre russos e ucranianos, em que estes veriam ser-lhes restituídos todos os territórios que aqueles tinham, na sua ofensiva, começado por conquistar, imediatamente as ditas «elites» aconselharam Zelensky a não assiná-lo, com a garantia de que a Ucrânia, com o alto patrocínio da OTAN e demais aliados, os russos colocariam de joelhos com três pancadas.
Não se tendo verificado, no entanto, tal, antes pelo contrário, eis que procuram agora convencer-nos, como se de «totós» não passássemos, de que os russos não têm querido a paz, uma razão mais para que a guerra, pois, continue, nem que seja até ao último ucraniano, que o corpo ao manifesto é que elas e os seus não irão dar no campo de batalha, ficando só a ver de longe a refrega!
Ontem, denunciavam os chineses por ajudarem os russos no seu esforço de guerra, fornecendo-lhes, nomeadamente, carrinhos de golfe para se deslocarem no campo de batalha, hoje, órfãos do «pai» Biden e mal tratados pelo «padrasto» Trump, correm para os braços do «tio» Xi à procura do seu conforto!
Ontem, apresentavam o plano Mário Draghi como o plano maravilha capaz de engrandecer a Europa como nunca se terá visto desde o tempo do Renascimento, hoje tal engrandecimento já é apresentado via investimento em armamento.
Em suma: com «elites» governantes assim, a Europa terá, sem dúvida, um futuro radiante à sua frente!
Post scriptum:
– «Mais de uma em cada três empresas alemãs prevê reduzir o número de postos de trabalho em 2025, segundo um estudo do Instituto Alemão de Economia de Colónia (IW) , em que se alerta para uma crise profunda».
Naturalmente, culpa do Putin, que, por embirração, deixou de fornecer energia à Alemanha ao preço da uva mijona!
– «Nós ajudaremos a Ucrânia. A Polónia é solidária, somos um símbolo de solidariedade, mas isso não será de novo de forma ingénua, enquanto outros vão, por exemplo, fazer dinheiro com a reconstrução da Ucrânia. Seremos solidários e faremos dinheiro com isso. Defenderemos com unhas e dentes os nosso interesses e as empresas polacas!» – Donald Tusk, primeiro-ministro polaco, no EFNI- European Forum For News Ideas.
Pois claro, «somos todos ucranianos», mas negócios à parte!
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