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Opinião, Saúde, Sociedade

As dietas da moda: umas perigosíssimas, as outras problemáticas | Por Mário Beja Santos

Artigo de opinião de Mário Beja Santos: “Não vá em dietas da moda, não aceite qualquer um destes regimes só porque lhe prometem resultados a curto prazo, isto quando a nossa vida saudável é uma corrida a longo prazo”

17:35 25 Agosto, 2023 17:37 25 Agosto, 2023 | POSTAL
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A Fundação Francisco Manuel dos Santos levou por diante o projeto de criar uma coleção sobre ciência alimentar, estão publicados cinco números, todos sob a chancela “Pela sua saúde”. Tem sentido referir um dos propósitos da iniciativa: “Hoje, mais do que nunca, valoriza-se a alimentação como comportamento modificável com impacto evidente na promoção da saúde física e mental e na prevenção da doença. Investimento seguro no futuro, a atenção ao que ingerimos depende da informação de que dispomos e da sua aplicação nas escolhas de consumo mais acertadas.”

MÁRIO BEJA SANTOS
Assessor do Instituto do Consumidor e consultor do POSTAL

Far-se-á hoje referência ao quarto título da coleção intitulado As Dietas da Moda: Impactos Clínicos, por Ana Brito Costa, FFMS, 2023. Convém deixar claro que se optou por um tipo de comunicação que não visa explicitamente o leitor não iniciado, são textos focados na preparação de futuros profissionais de saúde e de um público com preparação na terminologia científica que é usada em alimentação e nutrição.

No caso vertente desta obra de Ana Brito Costa, a autora não foge a procurar resposta a questões muito pertinentes, tais como: é possível perder peso de forma rápida e segura? Quais são os regimes de emagrecimento mais em voga? Como surgem? Com que validação científica? Serão eficazes? Com que efeitos e riscos?

É do senso comum que comer à mesa, nela procurar prazer nos alimentos e bem-estar, mudou radicalmente nas décadas que levamos de sociedade e hiperconsumo, gerando posições extremadas, mitos urbanos, negócios fabulosos de regimes milagrosos para uma população Heterogénea que quer comer rápido e barato, que quer adelgaçar a todo o preço, privando-se deliberadamente a festa da comida – vivemos entre as alegrias do ágape e uma comida de privação, não a dos pobres, mas a das classes médias e altas. Os gordos e as gordas reagem, formam mesmo associações para se aceitarem como são, desenvolvem-se as doenças do comportamento alimentar (anorexia e bulimia), o conceito de gordura é formosura vive horas de desespero, e ascendem os gurus que propalam a existência de alimentos que curam, tal como proliferam as lojas de produtos naturais onde se podem encontrar algumas dessas mezinhas que prometem queimar gorduras. É inegável a prevalência da obesidade com a atração dos alimentos-lixo, a vida sedentária, o deixar para muito mais tarde a preocupação entre os nexos existentes entre um regime alimentar equilibrado e muitas das doenças crónicas não transmissíveis (caso das cardiovasculares, as oncológicas e a diabetes).

Ana Brito Costa – Foto DR

 A obesidade faz perder anos de vida saudável e é propulsora do aparecimento de outras doenças crónicas, há quem procure a tábua de salvação querendo correr para outro extremo, socorrendo-se das chamadas dietas da moda, as que prometem efeitos rápidos omitindo que são grandes causadoras da destruturação dos hábitos alimentares.

A autora analisa o modo como se muda um comportamento alimentar, recursos com informação sobre alimentação saudável não faltam (mesmo quando essa informação é tendenciosamente interesseira), a motivação é pressionada no vasto campo das tendências da moda, e muito poucos daqueles que vão atrás de uma destas publicitadas dietas se interroga se é desejável uma velocidade na perda de peso e se há fundamento científico em tal dieta. E os desastres são mais do que amargos: “A evidência científica revela que, mesmo as estratégias mais adotadas e, portanto, as que mais estão na moda, apenas são cumpridas por períodos inferiores a 20% do tempo relativamente à duração das estratégias convencionais.

O insucesso na gestão do peso a longo prazo, somado à frustração decorrentes das múltiplas tentativas malsucedidas para o conseguir, podem conduzir ao desenvolvimento de processos cognitivos de descrença e, consequentemente, a atitudes de ceticismo e passividade.”

Os média, as redes sociais, estão infiltrados pelos testemunhos pagos, ou não, em padrões alimentares que podem dar pelos nomes mais diversos: clean diet, alimentação consciente, a dieta por contagem de calorias, a plant-based diet e, um pouco mais atrás, a dieta do jejum intermitente, a dieta sem glúten, a dieta do ciclo de hidratos, a alimentação intuitiva, a dieta cetogénica, a dieta low carb, a dieta paleo e a dieta da limonada.

Os resultados globais são manifestamente desastrosos, conforme a autora analisa em quatro grandes grupos de dietas (as que assentam na restrição significativa de hidratos de carbono; as que se baseiam na restrição de gordura; as que se distinguem pela restrição energética temporal e intermitente e as que se apresentam como desintoxicantes). A autora faz o respetivo inventário comentado, e diz preto no branco que umas são verdadeiros atentados à saúde pública e outras profundamente dececionantes. E dá exemplos: “A dieta low carb, pode melhorar os sintomas da doença a curto prazo, mas o seu perfil nutricional pode aumentar o risco de desenvolver doenças neurológicas em indivíduos saudáveis, têm sido consideradas um fator de risco a longo prazo para a litíase renal, o aumento uricemia e a osteoporose, a evidência a longo prazo é escassa.”; “Apesar de as estratégias low fat serem tendencialmente compostas por alimentos considerados mais saudáveis e restritas em alimentos associados ao aparecimento ou agravamento de doenças crónicas, elas também não estão isentas de défices nutricionais.

A literatura sugere como frequentes os défices de vitamina E e B12, assim como de zinco, devido ao baixo consumo de carne e gorduras, mas apenas nas dietas muito pobres em gorduras”; “As dietas de jejum intermitente pressupõem a utilização de alimentos de elevada densidade nutricional com escolhas alimentares saudáveis, devendo salvaguardar-se uma ingestão proteica adequada nos dias de jejum. Naturalmente, e se não forem cumpridos estes pressupostos, pode incorrer-se em défices de micronutriente e numa maior perda de massa muscular”; “As dietas de muito baixo valor calórico estão associadas a múltiplos efeitos colaterais com várias complicações, como colelitíase, perda de massa magra, cetose e aumento de concentração de ácido úrico no sangue.

O aumento dos corpos cetónicos resultantes destas dietas interfere na excreção renal do ácido úrico, o que resulta num aumento dos níveis desse ácido no sangue e pode levar ao aparecimento de gota. O colesterol sanguíneo pode, igualmente, aumentar, devido à mobilização expressiva da gordura corporal, aumentando o risco de desenvolvimento de cálculos biliares e doenças cardiovasculares.”

Moral da história: “A terapia nutricional deve ser aplicada por nutricionistas como parte de uma equipa multidisciplinar e deve ter como objetivo alcançar resultados de saúde positivos, não apenas a perda de peso. A adesão às mudanças comportamentais a longo prazo pode ser um problema. Neste sentido, e para melhorar a resistência de comportamento alimentares adequados, devem ser programadas intervenções baseadas em padrões alimentares e na qualidade nutricional dos alimentos. A dieta ideal para o tratamento da obesidade deve ser segura, efetiva, nutricionalmente equilibrada, promover a aquisição de hábitos alimentares saudáveis e facilitar a adesão e manutenção a longo prazo.”

Não vá em dietas da moda, não aceite qualquer um destes regimes só porque lhe prometem resultados a curto prazo, isto quando a nossa vida saudável é uma corrida a longo prazo.

Leia também: Como controlar os influenciadores que podem manipular os consumidores? | Por Mário Beja Santos

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