Algo só o será depois de o ser ou seja, para o caso, só haveria um acordo entre Israel e o Hamas a partir do momento em que ambas as partes o fizessem seu, o aprovassem.
Ora, não se percebe como se celebrou, com analistas à mistura apontando, imediatamente, ganhos e perdas a cada uma delas (1), um acordo que, afinal, não o era, por, pelo menos, o governo israelita, ainda, não o ter aprovado!
Entretanto, mesmo que acordo entre as partes venha a haver, independentemente de ganhos e perdas que se possam atribuir a cada uma, ter-se-á como certo:
Que após mais de um ano de guerra, de milhares de civis mortos e feridos, de toda uma destruição de Gaza, afinal, Israel, com todo o seu «poderoso» exército, não conseguiu alcançar durante tal guerra um dos seus principais objetivos, o de derrotar os «maltrapilhos» do Hamas, acabar com a existência deste, como, repetidamente, anunciava, já que se vendo obrigado a negociar com ele, não podendo, pois, clamar, como o gaulês Breno terá feito perante os por si derrotados romanos em 399 a.C., «vae victes», ai dos vencidos, que nada podem reclamar, com eles não há acordos alguns!
"A Europa, com os 'dirigentes' que tem tido à sua frente, vai, pois, por bom caminho, permitindo-se, até, como se em grande crescimento económico se mostrasse, aplicar sanções a meio mundo"
Mudando de assunto, dá-nos a agência Lusa conhecimento que a economia alemã (tida como «motor da Europa», lembramos nós) registou uma contração de 0,2% em 2024, segundo dados divulgados pela respetiva agência federal de estatística, marcando, assim um segundo ano consecutivo de recessão, mais nos adiantando a mesma Lusa que o presidente daquela agência terá justificado a referida recessão com «encargos conjunturais e estruturais, como o aumento da concorrência para a indústria exportadora do país, altos custos de energia (sublinhado nosso), taxas de juros persistentemente altas e uma perspetiva económica incerta».
Isto, enquanto o Expresso, por sua vez, vem revelar que investidores chineses estão interessados em comprar à Alemanha fábricas que a Volkswagen quer fechar, tal como durante a «Tróica» nos compraram anéis, não se desse o caso de virmos a ficar, ainda, sem dedos.
A Europa, com os «dirigentes» que tem tido à sua frente, vai, pois, por bom caminho, permitindo-se, até, como se em grande crescimento económico se mostrasse, aplicar sanções a meio mundo, em particular à Rússia, que, por acaso, ainda que não se lhe conhecendo neste momento o seu crescimento em 2024, o FMI previa que fosse de 3,2, Rússia que lhe fornecia energia a preços mais baixos do que aqueles que, entretanto, começou a pagar a outros, nomeadamente aos EUA! Isto, já agora, a par de dizer à Ucrânia para não aceitar o acordo de cessar-fogo com a Rússia que, logo no início das hostilidades entre elas, chegou a estar em cima da mesa, na sequência de conversações sobre a matéria havidas na Turquia, assegurando-lhe que, com o auxílio dela e mais alguns outros países, a guerra com a Rússia venceria, para, agora, já se aceitar que com a Rússia se venha a negociar!
(1) «Netanyahu sai como vencedor, conseguiu praticamente tudo aquilo que queria» – analista major- general Serronha na CNN Notícias.
«Recuos no acordo de cessar-fogo em Gaza mostram que só na hora da assinatura é que se deve fazer a festa» – o mesmo Serronha algumas horas, apenas, depois na mesma CNN Noticias.
Também achamos que sim, que deitar foguetes antes dela poderá ser prematuro, não vá a festa acabar por não ter lugar devido a algum «mau tempo»!
Leia também: Será exigir de mais? | Por Luís Ganhão