A Biblioteca de Literacia em Saúde, do Ministério da Saúde, publicou recentemente um documento altamente esclarecedor porque devemos combater o isolamento social: (Não) Estamos Sós, material que o leitor pode encontrar na íntegra Aqui.
Para dar persuasão e vigor às mensagens do que podemos e devemos fazer para tirar as pessoas da solidão e do isolamento social, abre o documento com uma história de jovens que têm conhecimento de que há uma senhora que vive num prédio de um deles que está muito em baixo, desde que o marido morrera não saia de casa. Um outro jovem comenta que se trata de um verdadeiro problema que não afeta só os idosos, há muitas pessoas fechadas em casa ou porque estão doentes ou desempregadas. E fala-se num projeto de luta contra o isolamento promovido pela junta de freguesia onde eles vivem. Decidem bater à porta da dona Rosa, o pretexto para começar a conversa é de que a professora de Geografia lhes tinha pedido para fazer um trabalho sobre Moçambique. Palavra puxa palavra, dona Rosa queixa-se de que sente falta das pessoas, os jovens propõe-lhe que ela apareça numa reunião em que as pessoas se juntam na junta de freguesia e conversam sobre a sua história de vida.
Dona Rosa acaba por aceitar e até leva para a reunião um pitéu, croquetes de cozida à portuguesa. No final do dia, dona Rosa agradece ao coordenador do projeto o dia maravilhoso que passou. Aceita fazer voluntariado, propõe-se ir visitar uma senhora indicada pelo farmacêutico que há muito tempo não sai de casa porque partiu o osso da bacia.
Contada a história exemplar, define-se isolamento social como falta de contacto social e solidão como um sentimento subjectivo relacionado com a ausência de contacto, de sentimento de pertença ou com a sensação de se estar isolado. Fala-se de isolamento social e de solidão e quem é afectado e do que se conhece da solidão em Portugal. Enunciam-se os factores protectores, é o caso dos recursos pessoais ou sociais que reduzem ou neutralizam o impacto do risco (as características da nossa personalidade, a nossa auto-estima, a harmonia familiar e a ausência de conflitos e até a disponibilidade de sistemas externos de apoio) e os factores de risco são as condições associadas à possibilidade de obter resultados negativos para a saúde: a ausência de cônjuge ou de amigos ou colegas, fraca mobilidade, pobreza, preconceitos e discriminação, entre outros. São factores de risco relevantes a baixa auto-estima e são muito afetadas pela solidão e o isolamento social as pessoas que têm fracas competências sociais. Ser voluntário é oferecer ajuda, colaborar na organização de eventos, criar oportunidades para os outros, mostrar empatia e partilhar experiências mesmo as menos positivas; ser voluntário é incentivar ao convívio entre pessoas que moram sozinhas ou fomentar novas tecnologias de comunicação que proporcionem a comunicação ou convívio à distância. A brochura traz dicas sobre as prestações sociais destinadas a pessoas idosas, projetos a nível nacional nesta área de voluntariado e exercícios práticos. Seja voluntário, contribua com a sua disponibilidade para combater o isolamento social e a solidão, propiciando mais saúde a quem dela precisa.