Caros leitores,
Hoje vou escrever-vos sobre um assunto que não tem sido muito abordado; não tem tido a relevância que o mesmo merece, já que é desconhecido por uma grande parte dos Algarvios.
Falo-vos do Ordenamento do Território e Planeamento, esse instrumento que consagra a intervenção no território, ou seja, define o que se pode, ou não, fazer em cada parcela de terreno de cada um de vós.
Isso acontece a partir do momento em que os Planos Diretores Municipais (PDM), Planos de Urbanização e Planos de Pormenor completem todo o processo que leva à sua gestão (diga-se do território). Isto leva-me a levantar uma questão que é essencial para o desenvolvimento do Algarve, no que diz respeito a acabar com as assimetrias e diminuir a grande diferença que existe entre o litoral, o barrocal e a serra.
E aqui colocam-se questões de fundo: como se minimiza esse grande problema que leva a cada dia que passa mais pessoas se desloquem para os meios urbanos como alternativa ao interior? E grande parte dessas pessoas são jovens.
É necessário intervir urgentemente com políticas que visem a valorização do interior do Algarve, criando efetivamente os meios e as infraestruturas para que isso aconteça.
Daí, a necessidade urgente de maior flexibilidade na utilização dos solos, possibilitando a construção de novas habitações, e ampliação e requalificação das mais antigas e degradadas. Quantas vezes ouvimos dizer que nem um quarto, uma casa-de-banho ou uma garagem se pode levar a efeito para melhorar as condições de habitabilidade das famílias?
Sendo isto verdade, como se consegue criar as condições para as famílias viverem no interior do Algarve? Não se podendo construir um pequeno armazém ou uma oficina para uma atividade económica rentável, como é que se fixam populações no interior?
Durante tantos e tantos anos vamos assistindo a várias intenções de alterar este estado de coisas e aqui os autarcas bem tentam resolver alguns problemas, mas o facto é que as orientações políticas e as decisões sobre esses planos de ordenamento são emanados dos diversos governos que não conhecem o terreno e nem estão sensibilizados para este problema tão grave, e que tanto prejudica, e tem prejudicado os algarvios. Todos temos de estar mais atentos a estes fatores que, não estando na agenda, nos afetam e muito, neste Algarve que se quer cada vez melhor.
Pensem nisso,
O Algarve agradece!