Vivemos tempos em que a informação flui a uma velocidade sem precedentes. A cada instante, somos inundados por notícias, opiniões e conteúdos provenientes das mais diversas fontes. No entanto, esta avalanche informativa não se traduz necessariamente em conhecimento ou em acesso à verdade. Pelo contrário, a desinformação e as chamadas “fake news” proliferam, colocando em risco a essência da própria democracia.
A democracia assenta no princípio fundamental de que os cidadãos informados participam ativamente nas decisões que moldam a sociedade. Sem acesso a informação rigorosa e verídica, essa participação torna-se enviesada, manipulada e, em última instância, perigosa. Quando a verdade é obscurecida, abre-se espaço para a manipulação, para a polarização extrema e para o enfraquecimento das instituições democráticas.
Defendamos juntos uma imprensa livre, plural e independente. Só assim poderemos garantir que a democracia permanece viva, robusta e ao serviço de todos
É neste contexto que a imprensa livre e independente assume um papel crucial. Os órgãos de comunicação social têm a responsabilidade de investigar, escrutinar e divulgar informação com rigor, imparcialidade e ética. São os guardiões da verdade, os mediadores entre os factos e o público. Sem eles, a sociedade fica vulnerável a agendas ocultas e a interesses que não servem o bem comum.
No Postal do Algarve, temos plena consciência desta responsabilidade. Como jornal regional, estamos próximos da nossa comunidade, conhecemos as suas necessidades, anseios e desafios. Comprometemo-nos diariamente a oferecer conteúdo de qualidade, que reflete a realidade local e contribui para um debate público saudável e informado.
Contudo, a missão de informar com verdade não está isenta de obstáculos. A pressão económica, a competição desleal das redes sociais e a falta de apoio institucional ameaçam a sobrevivência de muitos órgãos de comunicação social, especialmente os regionais e locais. É imperativo que as entidades governamentais e a sociedade em geral reconheçam a importância vital da imprensa na manutenção da democracia e tomem medidas concretas para a sua proteção e sustentabilidade.
A educação para os media é outro pilar fundamental. Só com cidadãos críticos e conscientes poderemos combater eficazmente a desinformação. É necessário investir na literacia mediática, capacitando as pessoas para discernir entre factos e manipulação, e para valorizarem fontes de informação credíveis.
Apelamos também à responsabilidade individual de cada cidadão. Num mundo onde a partilha de informação está à distância de um clique, é crucial que cada um de nós verifique a veracidade do que difunde. A propagação de notícias falsas não é um problema abstrato; tem consequências reais na vida das pessoas e no funcionamento da sociedade.
Em suma, a democracia só sobrevive quando o povo tem acesso à verdade. Não se trata apenas de uma frase de efeito, mas de uma realidade que exige o compromisso de todos. Defendamos juntos uma imprensa livre, plural e independente. Só assim poderemos garantir que a democracia permanece viva, robusta e ao serviço de todos.
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