Um grupo de sete jovens angolanos foi impedido de embarcar num voo da TAP com destino a Cabo Verde, através de escala em Lisboa, alegadamente por falta de um documento exigido no trânsito por Portugal. De acordo com a agência de notícias Lusa, o grupo participaria num intercâmbio promovido pela organização Friends of Angola, mas acabou retido no aeroporto depois de um funcionário ter informado que seria necessária uma autorização emitida pela AIMA.
Segundo a mesma fonte, o aviso apanhou os passageiros de surpresa, sobretudo porque todos tinham efetuado o check-in online e não encontraram qualquer referência pública, por parte da companhia aérea, à necessidade desse documento adicional.
TAP admite ter cumprido todos os procedimentos
Escreve a publicação que o próprio ativista Jeiel de Freitas questionou a base legal da exigência, descrevendo o episódio como uma violação da liberdade de circulação.
O grupo suspeita que a decisão possa ter tido origem em orientações superiores, ainda que não tenham sido apresentadas justificações formais no momento do embarque. Contactada pela agência noticiosa, a TAP afirmou apenas cumprir as indicações das autoridades competentes relativamente à admissibilidade dos passageiros.
Reações do grupo após o impedimento
A ativista Florence Capita, que integrou o grupo, partilhou nas redes sociais que ficou incrédula perante o impedimento. A jovem lamentou que episódios deste tipo continuem a ocorrer, especialmente num ano marcado pelos 50 anos de independência de Angola.
Descreveu ainda sentir preocupação perante o que considerou uma sucessão de situações que expõem fragilidades no respeito pelos direitos humanos e na responsabilização pública em vários setores. Segundo o seu relato, o grupo terá sido seguido até ao local onde se encontrava hospedado, facto que considera um sinal de alerta.
Impacto e dúvidas que permanecem
A Lusa relata que os jovens classificaram o episódio como “uma vergonha nacional” e um indicador da necessidade de maior transparência nos procedimentos de controlo de passageiros em trânsito. Segundo a agência, as críticas deixadas nas redes sociais destacam a falta de informação prévia e o impacto emocional e logístico provocado pela decisão inesperada.
Até ao momento, não foi esclarecida a origem da alegada exigência da autorização da AIMA, nem foi comunicada qualquer alteração formal aos procedimentos aplicáveis a passageiros que transitam por Portugal rumo a outros destinos.
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