Na próxima madrugada, Portugal continental e as regiões autónomas da Madeira e dos Açores vão entrar oficialmente no horário de verão, uma prática anual que visa melhor aproveitar a luz solar durante os meses mais quentes do ano.
A mudança implica que, em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, os relógios devem ser adiantados uma hora quando forem 01:00 de domingo, passando assim a ser 02:00. Nos Açores, a mudança ocorre mais cedo, quando forem 00:00, passando a ser 01:00.
O regime atualmente em vigor é regulado por uma diretiva comunitária de 2000, que determina que todos os anos os relógios sejam adiantados uma hora no último domingo de março e atrasados uma hora no último domingo de outubro. Este procedimento marca o início e o fim do horário de verão.
O horário de verão estará em vigor até ao próximo dia 26 de outubro, quando os relógios voltarão a ser atrasados para o regime de inverno.
O objetivo principal desta alteração horária é maximizar o aproveitamento da luz solar natural, contribuindo assim para a redução do consumo energético, especialmente em atividades que dependem de iluminação artificial.
Nos últimos anos, a prática de alterar a hora tem sido objeto de debate na União Europeia, com algumas vozes a defenderem o seu fim por razões de saúde pública e eficiência energética. No entanto, até à data, não houve consenso suficiente para mudar a diretiva.
Prolongamento da luz do dia
Estudos têm demonstrado que a adaptação do organismo à mudança horária pode causar perturbações temporárias no sono, especialmente em pessoas mais vulneráveis, como crianças e idosos. No entanto, os efeitos são geralmente considerados mínimos e temporários.prolongamento da luz do dia
O Algarve, por ser uma região com forte atividade turística, beneficia particularmente do horário de verão, uma vez que o prolongamento da luz do dia favorece atividades recreativas e comerciais, especialmente na orla costeira.
Em regiões turísticas como Albufeira, Lagos e Vilamoura, o horário de verão é visto como uma mais-valia para o setor, proporcionando mais tempo útil para o funcionamento de estabelecimentos comerciais, restaurantes e atividades ao ar livre.
As empresas de turismo e restauração da região algarvia têm por hábito preparar-se para esta mudança, ajustando os horários de funcionamento para melhor servir os visitantes.
Apesar disso, algumas associações de consumidores e grupos ambientais têm defendido a abolição desta prática, argumentando que os seus benefícios energéticos são mínimos e que os prejuízos para a saúde superam as vantagens.
De acordo com dados da Comissão Europeia, a poupança energética resultante da mudança de hora é hoje menor do que era quando esta prática foi adotada, devido ao uso generalizado de sistemas de iluminação mais eficientes.
Além disso, alguns estudos sugerem que o horário de verão pode ter um impacto negativo na saúde cardiovascular e nos ritmos circadianos, aumentando o risco de certas doenças em populações vulneráveis.
No entanto, os defensores da prática argumentam que os benefícios para o lazer, comércio e economia local, sobretudo em regiões turísticas como o Algarve, compensam os potenciais inconvenientes.
A Comissão Europeia já avançou com a possibilidade de abolir a mudança de hora, deixando a decisão final para os Estados-membros, mas até ao momento não houve acordo definitivo.
Para a população em geral, o conselho é simples: adiantar os relógios uma hora antes de se deitar na noite de sábado para domingo, para que o dia seguinte comece já dentro do novo horário sem complicações.
As autoridades recomendam ainda que sejam tomados cuidados adicionais na adaptação ao novo horário, nomeadamente mantendo uma rotina de sono regular e evitando atividades estimulantes durante as horas anteriores ao descanso.
Este ano, mais uma vez, Portugal avança para o horário de verão com o objetivo de tirar o máximo partido da luz natural, embora o debate sobre os seus efeitos continue presente.
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