A possibilidade de isentar residentes e empresas do Alentejo do pagamento de portagens na A6 e em parte da A2 está em análise na proposta do Orçamento do Estado para 2026. De acordo com o jornal Diário do Distrito, o Partido Socialista (PS) avançou com uma medida que prevê a gratuitidade nestes troços para utilizadores da região, desde que possuam dispositivo Via Verde, justificando a iniciativa com critérios de justiça territorial e equilíbrio entre zonas de baixa densidade populacional.
Segundo a mesma fonte, o partido calcula que o impacto financeiro da medida atinja 20,5 milhões de euros por ano, valor que poderá ser inferior caso a implementação se concretize apenas a partir de abril.
Só para residentes no Alentejo
Escreve o jornal que esse montante resulta da análise de tráfego médio: cerca de 7.000 veículos diários na A6 e 17.500 na A2, números que, não considerando o período de verão, descem para 13.500 no principal eixo da região.
Acrescenta a publicação que estas utilizações se traduzem em receitas anuais aproximadas de 45 milhões de euros na A6 e de 115 milhões nos troços relevantes da A2. A proposta do PS limita a isenção aos utilizadores residentes na área de influência do Alentejo, apoiando-se no facto de apenas 20% do tráfego na A6 e 10% na A2 serem de residentes locais.
Via Verde obrigatória e perspetivas políticas
Os veículos beneficiários terão de ter Via Verde, uma forma de garantir que apenas os destinatários previstos têm acesso à gratuitidade. Explica a publicação que esta exigência pretende evitar desvios na aplicação da medida e assegurar um controlo rigoroso sobre quem usufrui da isenção.
Apesar da oposição demonstrada pelos partidos que suportam o Governo da AD, o PS vê condições favoráveis para que a proposta avance. Escreve o jornal que a maioria das forças políticas tem defendido a redução ou eliminação de portagens, em alguns casos com maior alcance do que o proposto.
Justiça territorial e impacto regional
O Diário do Distrito sublinha que a iniciativa pretende corrigir a ausência do Alentejo nas isenções atribuídas a outras zonas de baixa densidade em 2024. Segundo a publicação, esta atualização procura promover a mobilidade e apoiar a atividade económica e social da região, garantindo um tratamento mais homogéneo no conjunto do território nacional.
Acrescenta o jornal que, caso seja aprovada, a medida representa também um sinal político sobre o papel das infraestruturas rodoviárias no desenvolvimento regional, reforçando a importância das ligações entre centros urbanos, áreas industriais e comunidades dispersas.
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