A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) assinala esta terça-feira o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres com o lançamento de dois novos instrumentos de apoio: a checklist “Estou a ser vítima de violência?” e o recurso “Perguntas e Respostas Sobre Violência Emocional e Psicológica”. Segundo a entidade, estes materiais procuram esclarecer, de forma acessível e detalhada, o que constitui violência psicológica, como identificá-la, quais os sinais de alerta e que passos podem ser dados para procurar ajuda ou apoiar terceiros.
Num dos documentos agora divulgados, a OPP sublinha que “a violência psicológica corresponde a um conjunto de atos verbais ou não verbais, isolados ou repetidos, utilizados de forma intencional para causar dano e sofrimento emocional”. A Ordem reforça ainda que este tipo de agressão é mais comum do que a violência física e que “não é uma forma menor ou mais leve de violência”. A instituição acrescenta que, para que uma relação seja considerada abusiva, “não é necessário que a violência física esteja presente”.
A OPP reafirma esta posição ao clarificar que “a violência psicológica não é uma ‘forma menor’ ou ‘mais leve’ de violência”, reiterando que “para uma relação ser violenta ou abusiva não é necessário que a violência física esteja presente. Qualquer forma de violência é grave e inaceitável. A violência psicológica é tão grave quanto a violência física!”
Entre os comportamentos que podem constituir violência psicológica, a Ordem identifica práticas como insultar, humilhar, criticar de forma destrutiva, ameaçar, gritar, destruir objetos com valor afetivo ou controlar financeiramente a vítima. Outras formas incluem ignorar, excluir, minimizar, culpar ou restringir contactos com familiares e amigos. O documento destaca que “o elemento comum aos diferentes comportamentos de violência psicológica é a tentativa de diminuir e controlar o outro, seja através da humilhação, do medo, da manipulação ou do isolamento”.
A OPP chama também a atenção para o facto de este tipo de violência ocorrer frequentemente de forma subtil, por vezes apenas quando agressor e vítima estão sozinhos, o que dificulta a sua identificação tanto pela própria pessoa como por terceiros. Em alguns casos, pode manifestar-se em público, mas é comum que quem observa não intervenha, quer por receio, quer por não reconhecer de imediato os comportamentos como violentos. A Ordem alerta para o risco de normalização destas atitudes e para a tendência das vítimas para justificar ou desculpabilizar o agressor, frequentemente atribuindo a si próprias a responsabilidade pelas agressões.
As consequências da violência psicológica podem ser profundas, apesar de invisíveis. A OPP lembra que as vítimas podem desenvolver, sobretudo a médio e longo prazo, ansiedade, depressão, perturbações alimentares, comportamentos autolesivos ou ideação suicida.
A organização aconselha quem se encontre numa situação de perigo imediato a ligar 112. Já quem necessite de apoio psicológico urgente pode contactar a Linha de Aconselhamento Psicológico do SNS 24, através do 808 24 24 24 (opção 4).
A checklist divulgada pela OPP identifica quatro tipos de violência – física, psicológica, sexual e financeira – e pretende ajudar cada pessoa a reconhecer sinais de risco e a procurar ajuda especializada.
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