A Starbucks foi condenada a pagar uma indemnização de 50 milhões de dólares (mais de 45 milhões de euros) a um motorista de entregas que sofreu queimaduras graves depois de um chá quente se ter entornado no seu colo. A decisão foi tomada por um tribunal de Los Angeles, na sexta-feira passada, dia 14 de março.
Negligência da Starbucks
Michael Garcia, o estafeta em questão, alegou que a Starbucks foi negligente ao não garantir que a bebida estivesse devidamente segura na bandeja de take-away. O incidente aconteceu a 8 de fevereiro de 2020, quando Garcia recebeu o chá e, momentos depois, a bebida entornou-se, provocando ferimentos graves ao mesmo.
As queimaduras foram tão sérias que Garcia precisou de fazer enxertos de pele e outros procedimentos médicos, especialmente na zona genital. refere a Sapo. Os advogados do norte-americano afirmaram que o indivíduo sofreu uma desfiguração irreversível.
A defesa fala em falha na segurança
A defesa de Garcia argumentou que a empresa falhou em garantir a segurança do cliente, acusando-a de negligência grave. “O veredito é um passo fundamental para responsabilizar a Starbucks pela flagrante negligência em relação à segurança dos clientes e pela recusa em assumir responsabilidades”, afirmou Nick Rowley, um dos advogados do motorista, de forma a justificar a indemnização de 50 milhões de dólares.
Starbucks diz ser “excessivo”
A Starbucks já reagiu à decisão, afirmando que vai recorrer. “Discordamos da alegação de que fomos responsáveis pelo incidente e consideramos que o montante é excessivo”, declarou a empresa em comunicado. A multinacional garantiu ainda que está “comprometida com os mais elevados padrões de segurança”.
Não é a primeira vez que casos deste género acontecem nos Estados Unidos. Na década de 1990, um tribunal do Novo México condenou o McDonald’s a pagar quase 3 milhões de dólares a uma mulher que sofreu queimaduras graves ao tentar abrir a tampa de um café num drive-thru. A indemnização foi posteriormente reduzida, e o caso acabou resolvido por um valor inferior a 600 mil dólares.
O início da Starbucks
A Starbucks, fundada em 1971 em Seattle, nos Estados Unidos, começou como uma pequena loja de café que vendia grãos torrados. Ao longo das décadas, cresceu e tornou-se uma das maiores cadeias de cafetarias do mundo, com milhares de lojas espalhadas pelos cinco continentes.
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A marca ganhou popularidade ao apostar num conceito de café moderno e acolhedor, onde os clientes podiam relaxar, trabalhar ou conviver. O seu cardápio foi-se expandindo, passando a oferecer uma grande variedade de bebidas quentes e frias, bem como produtos de pastelaria e snacks.
Não é a primeira polémica
Apesar do sucesso, a Starbucks tem enfrentado algumas polémicas ao longo dos anos, principalmente relacionadas com práticas laborais e políticas de atendimento ao cliente. Casos de acidentes envolvendo bebidas quentes também têm gerado atenção mediática.
Compromisso com o bem-estar
O caso de Michael Garcia vem juntar-se a esta lista, reacendendo o debate sobre a responsabilidade das grandes cadeias de cafetarias na segurança dos seus produtos e no bem-estar dos clientes. A indemnização de 50 milhões de dólares atribuída a Garcia é uma das maiores de sempre em casos semelhantes, e poderá abrir precedentes para futuras ações judiciais.
Entretanto, a Starbucks continua a expandir o seu império, adaptando-se aos diferentes mercados e apostando em inovação. Em Portugal, a marca tem vindo a crescer, especialmente nas grandes cidades, atraindo uma clientela fiel.
Revisão de procedimentos por parte das empresas
O desfecho deste caso poderá ter implicações não só para a Starbucks, mas também para outras grandes cadeias de cafetarias, que poderão ser obrigadas a rever os seus procedimentos de segurança. Para já, Michael Garcia viu reconhecido o seu direito a ser indemnizado em 50 milhões de dólares, enquanto a Starbucks prepara a sua defesa para tentar reverter a decisão.
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