Na China estão a testar um sistema de transporte que poderá atingir velocidades próximas dos 1000 quilómetros por hora, prometendo reduzir viagens continentais que hoje demoram horas para alguns minutos.
O projecto é desenvolvido pela China Aerospace Science and Industry Corporation, conhecida pela sua actividade nas áreas aeroespacial e de defesa, e pretende encurtar trajetos entre cidades distantes.
Como funciona e o que já foi testado
De acordo com a Gizmodo, site especializado em tecnologia e inovação, o sistema designado T-Flight combina levitação magnética com túneis de baixa pressão, onde a presença quase nula de ar reduz drasticamente o atrito.
A conjunção destas soluções permite um consumo energético mais eficiente e velocidades superiores às dos aviões comerciais, cuja velocidade média ronda os 860 km/h. Em simulação prática, um protótipo alcançou 650 km/h em sete segundos, refere a mesma fonte.
O princípio baseia-se na repulsão entre ímanes instalados no veículo e no trajecto, o que assegura a flutuação e elimina o contacto mecânico com a via.
Em termos práticos, aplicando o conceito a Portugal, a travessia entre o Porto e Lisboa poderia ficar abaixo dos 20 minutos. O avanço tecnológico não é, por si só, novidade; torna-se relevante pela combinação de velocidade, eficiência e escalabilidade que os responsáveis descrevem.
Obstáculos e custos
Os desafios são substanciais. A manutenção de conectividade magnética contínua ao longo de todo o traçado é condição sine qua non para a segurança e estabilidade do sistema.
A engenharia necessária para construir túneis de baixa pressão e as infraestruturas associadas implicam custos elevados. Estimativas apontam para um investimento entre 10 a 20 mil milhões de dólares (cerca de 9,2 a 18,4 mil milhões de euros), o que traduz a ambição e o risco financeiro do projecto.
As previsões mais recentes apontam para que as obras possam começar em 2027, com um eventual arranque de operações comerciais em 2032. Tudo depende de os testes continuarem a decorrer sem contratempos e de as condicionantes técnicas serem ultrapassadas, segundo a mesma fonte.
Permanecem, contudo, várias incógnitas. A segurança a longo prazo, a manutenção e a integração do T-Flight nas redes de transporte já existentes são questões que ainda carecem de respostas antes que o projeto possa avançar de forma definitiva.
Tal como refere o Gizmodo experiência chinesa servirá, se for bem-sucedida, como banco de ensaio para outras geografias, mas a generalização depende de avanços técnicos e de decisões políticas e económicas. Imagem ilustrativa via Nano Banana
















