A relação entre alimentação e atividades realizadas logo após as refeições, como nadar, tomar banho ou praticar exercício físico, é um tema frequentemente debatido. Durante o processo de digestão, o organismo redireciona uma maior quantidade de sangue para o estômago e intestinos, garantindo a quebra e absorção dos alimentos. No entanto, atividades que exigem esforço físico ou regulação térmica intensa, como nadar em água fria ou realizar exercícios vigorosos, podem interferir nesse processo, causando desconfortos como náuseas, distensão abdominal e até mal-estar geral.
Assim, compreender os fatores envolvidos, como o tipo de atividade, a intensidade do esforço e a quantidade de comida ingerida, é essencial para evitar complicações e garantir o bem-estar, segundo a nutricionista Sara Bortoluz.
“Cabe a cada um ter a consciência do quanto comeu, se exagerou ou não, e o que fará logo após as refeições. Um banho de chuveiro morno, por exemplo, logo após uma refeição, não causa mal algum, uma vez que o corpo terá condições de conciliar as suas funções durante a digestão, como manter-se aquecido, irrigar o sangue por todos os músculos e digerir o que foi consumido. Agora, se entrarmos na piscina ou no mar e nadarmos com uma intensidade elevada, o nosso organismo precisará não só regular a temperatura do corpo, como mandar sangue para que os demais músculos sejam capazes de realizar as suas funções”, explica a nutricionista.
Segundo a Forever Young, o esforço físico intenso após comer pode causar um aumento dos batimentos cardíacos, dificultando a distribuição adequada do sangue. “O aumento dos batimentos cardíacos, por causa do esforço, impede que o sangue seja destinado a apenas uma função – a digestão. Além disso, quanto maior a quantidade de comida ingerida, maior a quantidade de sangue necessária para realizar a digestão. Com isso, o alimento fica mais tempo no estômago e no intestino, dificultando o processo digestivo, a pessoa pode sentir enjoo, náuseas, suor frio e distensão abdominal.”
A dúvida sobre se devemos ou não tomar banho durante a digestão é comum, mas o médico gastroenterologista Guilherme Macedo, em entrevista ao Público, esclarece que a resposta depende de várias circunstâncias. Segundo o especialista, “aquilo que costuma afetar mais gravemente o organismo, causando perturbações cardiovasculares como arritmias ou até paragem cardíaca, está relacionado com uma reação térmica”, ou seja, o risco surge quando há um choque térmico entre a temperatura do corpo e a água, como acontece ao entrar no mar logo após uma refeição.
Leia também: Mais de 100 radares vão estar aqui ‘escondidos’ em janeiro de 2025, incluindo no Algarve