A discussão repete-se nos corredores dos supermercados e nas prateleiras onde os ovos disputam atenção. Para muitos consumidores, a cor da casca continua a ser um critério decisivo. Uns acreditam que os ovos castanhos são mais “naturais” e nutritivos; outros defendem que os brancos são mais leves ou mais adequados à pastelaria.
Mas, na prática, a maioria escolhe com base num pressuposto errado. O motivo não está no sabor, na frescura ou em qualquer diferença nutricional, mas sim na genética das galinhas, como explica o portal brasileiro Itatiaia.
Segundo a publicação, a tonalidade da casca depende apenas das características hereditárias da ave. Galinhas brancas, com lóbulos auriculares claros, põem ovos brancos. Galinhas ruivas, com lóbulos vermelhos, produzem ovos castanhos. Esta diferença visual nada revela sobre qualidade, frescura ou segurança alimentar. É apenas uma característica genética.
Valor nutricional idêntico e sabor igual
De acordo com o Itatiaia, vários estudos indicam que, em termos práticos, não há diferenças nutricionais relevantes entre ovos brancos e castanhos. Ambos fornecem cerca de seis gramas de proteína, vitaminas A, D, E e B12, ácidos gordos insaturados e colina, um nutriente fundamental para a memória e o metabolismo.
Também no sabor as conclusões são claras: aquilo que o consumidor sente depende sobretudo da frescura do ovo e do modo de preparação.
Porque são os ovos castanhos mais caros?
A diferença de preço não está na qualidade. Como recorda o Itatiaia, as galinhas que produzem ovos castanhos são geralmente maiores e consomem mais ração, o que aumenta os custos de produção. Esse acréscimo reflete-se no preço final e contribui para a perceção, errada, de que se trata de um produto superior.
Há ainda uma componente ambiental a considerar. As galinhas que põem ovos brancos tendem a ser mais pequenas e a consumir menos alimento, produzindo menos resíduos. Em larga escala, este fator resulta num impacto ambiental ligeiramente menor.
Como escolher os ovos certos
Os especialistas do portal Itatiaia sublinham que o consumidor deve concentrar-se no que realmente importa. A forma de criação indicada na embalagem, a data de postura, a validade e as certificações revelam mais sobre a qualidade do que a cor da casca.
O Itatiaia refere ainda que existem ovos enriquecidos com nutrientes específicos, como ómega-3 ou vitamina D, que podem ser mais adequados consoante as necessidades de cada pessoa.
Também o armazenamento faz diferença: manter os ovos no frigorífico, protegidos de odores fortes, e garantir uma cozedura adequada são práticas essenciais para preservar a qualidade e segurança alimentar.
No final, a ciência resume a questão sem ambiguidades: a cor do ovo não tem qualquer influência no valor nutricional, no sabor ou na frescura. O que conta está no interior e nas condições de produção. É aí que se jogam as diferenças que realmente importam para a saúde, para a carteira e para o ambiente.















