Reaquecer alimentos no micro-ondas é uma prática comum devido à sua conveniência e rapidez, mas pode acarretar sérios riscos para a saúde. Segundo especialistas, este eletrodoméstico nem sempre aquece os alimentos de forma homogénea, o que pode comprometer tanto o valor nutricional como a segurança alimentar.
Carolina Quintans, nutricionista e especialista em segurança alimentar, alerta, em declarações ao jornal Metrópoles, que o reaquecimento inadequado de alimentos pode levar à degradação de nutrientes, como as vitaminas hidrossolúveis (vitamina C e as do complexo B), mas destaca que “o maior problema está relacionado com a segurança dos alimentos. O arrefecimento e reaquecimento inadequado podem favorecer o crescimento de micro-organismos que produzem toxinas resistentes ao calor que levam a intoxicações alimentares”.
Além disso, a nutricionista explica que o aquecimento desigual, característico do micro-ondas, pode deixar partes dos alimentos com temperaturas inadequadas, permitindo que microrganismos nocivos sobrevivam. “O calor gerado por ondas nem sempre chega de forma uniforme, o que pode deixar partes do alimento em temperaturas inadequadas, permitindo que microrganismos nocivos sobrevivam”, refere. Esta acrescenta ainda que, em alguns casos, este processo pode fazer com que os alimentos rebentem, causando queimaduras.
Lucas Felisberto, também nutricionista e em declarações ao mesmo jornal, reforça que o método mais seguro para reaquecimento é aquele que garante uma distribuição uniforme do calor, como ocorre numa panela, especialmente quando os alimentos são mexidos regularmente.
Segundo o Notícias ao Minuto, entre os alimentos que não devem ser reaquecidos no micro-ondas estão o arroz, que pode conter a bactéria Bacillus cereus, cujas toxinas resistentes ao calor podem provocar intoxicações alimentares; os ovos, que podem abrigar Salmonella, uma bactéria que o micro-ondas não elimina eficazmente; o frango, que requer uma cozedura uniforme a pelo menos 74 ºC para evitar contaminação por Salmonella; e as batatas, que, se mantidas fora do frigorífico por muito tempo, podem desenvolver Clostridium botulinum, responsável pelo botulismo, uma doença grave.
Leia também: Posso utilizar Via Verde para pagamento automático de portagens em Espanha?