Quem nunca passou por isto? Está num restaurante e, de forma mais ou menos subtil, um empregado tenta convencê-lo a comer mais. Neste artigo, vamos falar-lhe de um episódio que aconteceu a uma cidadã num restaurante em Madrid e que se tornou, no mínimo, incómodo.
“Uma história triste”, explicada por Helen Santiago
Helen tem o hábito de comer pouco. Naquele dia, não foi diferente. No entanto, o empregado insistiu tanto que chegou ao ponto de sugerir que ela poderia passar fome se não aceitasse mais comida.
Helen Santiago abordou o tema no El País, recordando um episódio recente que descreve como “uma história triste”. Num restaurante em Madrid, sentiu-se pressionada a comer mais do que desejava. “Trataram-me com uma soberba de acharem que sabem mais sobre mim do que eu mesma”, relatou.
Às vezes com um simples “Não estava bom? Estava, não estava…?” ou então “Olhe que vai ficar com fome”. Outras vezes, recorrem à ideia de que desperdiçar comida é um erro: “Não vamos deitar isto para o lixo”.
O desconforto
O desconforto não se limita à quantidade de comida. Quando um cliente não pede vinho ou sobremesa, pode ouvir comentários como “Está grávida ou a tomar antibióticos?” ou “Pode permitir um doce a si mesma, um dia não faz mal”.
Como refere a ZAP, por vezes, os empregados chegam mesmo a tocar no cliente, avisando que a cozinha está prestes a fechar. A mensagem subentendida é clara: “Aproveite, talvez seja a última vez que pode comer hoje”.
A liberdade de escolher o quê e quanto comer
Esta pressão pode ser desconfortável para muitos clientes. O momento de escolher o que comer deveria ser pessoal e livre de influências externas, mas nem sempre é assim.
Helen, que escreve frequentemente sobre gastronomia, aconselha os clientes a pedirem menos do que os olhos desejam. “Se calhar, não precisa de comer tanto”, sugere.
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Pressão dos empregados
A influência social e a pressão dos empregados podem levar as pessoas a questionar as suas próprias escolhas. “A minha escolha pode ser influenciada por doença, razões financeiras, problemas de estômago, dieta ou simplesmente porque não me apetece comer mais — questões que não parecem importantes”, lamenta.
Uma prática que pode prejudicar o estabelecimento
Em alguns casos, esta abordagem pode até prejudicar o restaurante. Clientes desconfortáveis são menos propensos a voltar. A tentação de vender mais pode fazer sentido do ponto de vista comercial, mas até que ponto é eficaz? Uma experiência negativa pode levar a críticas e afastar futuros clientes.
É possível sugerir sem pressão
Claro que há uma diferença entre sugerir e pressionar. Um empregado atento pode recomendar algo sem criar desconforto. A empatia é essencial. Compreender que cada cliente tem as suas necessidades e limites é fundamental para uma boa experiência gastronómica.
Respeitar o cliente
O importante é que as escolhas do cliente sejam respeitadas. Afinal, a satisfação à mesa vai muito além da quantidade de comida servida.
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