Esta cidade europeia, da qual lhe vamos falar neste artigo, é conhecida pelos seus canais e pela belíssima Praça de São Marcos, atrai milhões de visitantes todos os anos. No entanto, o aumento do turismo de massas tem levado as autoridades a adotarem medidas para proteger o património histórico e preservar a qualidade de vida dos habitantes. Estamos, claro, a falar-lhe de Veneza, uma cidade paradisíaca que é das mais procuradas do mundo pelos turistas.
Turismo de massas
O crescimento descontrolado do número de turistas tem causado problemas como a superlotação, o ruído excessivo, o aumento dos custos de habitação e a expulsão de moradores dos centros urbanos. Cidades como Atenas, Barcelona, Amesterdão e a própria Veneza implementaram regras mais rigorosas para minimizar estes efeitos.
Em Veneza, a pressão do turismo levou as autoridades a proibirem a entrada de grandes navios de cruzeiro, que causavam danos aos canais e contribuíam para o desgaste das infraestruturas. Também foram impostas restrições ao número de grupos turísticos e criadas taxas de acesso para controlar o fluxo de visitantes, refere o Diário do Turismo.
É proibido alimentar os pombos
Entre as medidas mais curiosas está a proibição de alimentar os pombos, uma prática que já foi bastante comum entre os turistas. Embora a imagem dos pombos a sobrevoar a Praça de São Marcos faça parte do imaginário coletivo de quem visita a cidade, esta atividade é agora punida com multas que podem atingir os 500 euros.
A presença dos pombos na Praça de São Marcos remonta a há décadas, transformando-se numa atração por si só. No entanto, os excrementos das aves causam danos significativos aos monumentos e fachadas, acelerando o processo de erosão. Por essa razão, a câmara municipal decidiu proibir a alimentação destes animais.
Apesar da imposição da lei, muitos visitantes desconhecem a regulação e acabam multados. As autoridades locais realizam campanhas de sensibilização para informar os turistas e evitar infrações. A medida faz parte de um plano mais amplo que visa a preservação do património histórico e o controlo do impacto causado pelo turismo.
Outra medida adotada na cidade paradisíaca de Veneza passa pelo reforço da fiscalização de atividades turísticas, como passeios em grupo e o comportamento dos visitantes em locais públicos. A intenção é reduzir o impacto das multidões que diariamente percorrem as ruas e canais da cidade.
A restrição do acesso a algumas zonas históricas também tem sido discutida, com a possibilidade de criar circuitos específicos para grupos turísticos e limitar a presença de comércio orientado exclusivamente para visitantes.
Estas ações pretendem equilibrar o fluxo turístico com a necessidade de proteção do património cultural. Veneza tem procurado encontrar soluções que garantam a preservação da cidade sem afastar completamente o turismo, que continua a ser uma das principais fontes de receita local.
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Divergência de opiniões
A aplicação destas regras tem gerado opiniões divergentes. Por um lado, muitos habitantes consideram que as medidas são necessárias para manter a qualidade de vida na cidade e proteger o património. Por outro, alguns comerciantes temem que a redução do número de turistas possa prejudicar a economia local.
A situação neste cidade paradisíaca reflete um problema mais amplo, partilhado por diversas cidades europeias que enfrentam desafios semelhantes. O turismo de massas, embora beneficie a economia, tem levantado questões sobre a sustentabilidade e o impacto social nas comunidades locais.
As autoridades venezianas continuam a monitorizar a evolução do turismo e a ajustar as medidas conforme necessário. O objetivo é preservar a identidade e o património histórico, garantindo que a cidade continue a ser um destino atrativo, mas sustentável.
Tentativa de encontrar equilíbrio
Assim, Veneza tenta encontrar o equilíbrio entre acolher quem a visita e proteger o que a torna tão especial. As regras implementadas procuram assegurar que as futuras gerações possam continuar a apreciar a beleza e a história desta cidade única.
Um exemplo para outras cidades
A experiência de Veneza pode servir de exemplo para outras cidades que enfrentam o desafio de gerir o turismo em grande escala, mostrando que a proteção do património deve ser uma prioridade global.
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