O volume de água armazenado nas barragens algarvias aumentou aproximadamente 25% no final de março, mas “obriga a que seja mantida a redução” dos consumos, disse esta quarta-feira à Lusa o presidente da Águas do Algarve.
Em declarações à Lusa, António Eusébio referiu que a última semana de março “foi generosa, aumentando em cerca de 30 hectómetros cúbicos [hm3], ou seja, 25% o volume de água armazenada” nas albufeiras algarvias, comparativamente com o mesmo período do ano passado.
“Estávamos com cerca de 90 hm3 e, neste momento, temos mais de 122 hm3 em todas as albufeiras. Estamos a ficar com maior tranquilidade, mas temos de continuar a tratar a água com toda a parcimónia”, alertou o dirigente da empresa responsável pelo fornecimento de água em alta aos 16 municípios do Algarve.
Segundo os dados do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH), em março houve um aumento da quantidade de água retida em todas as bacias hidrográficas do Algarve, região que estava no fim de fevereiro em situação de seca fraca meteorológica.
Para o presidente da empresa gestora do abastecimento de água para consumo humano no Algarve, a chuva repôs alguma normalidade, mas isso não significa que se pode “gastar água à vontade”, porque as reservas ainda não são suficientes para se estar “descansado”.
“Temos de manter todas as medidas de precaução na gestão dos recursos hídricos, reduzindo os consumos para que possamos garantir a nossa sustentabilidade e qualidade de vida para o futuro”, realçou António Eusébio.
Os dados do SNIRH indicam que a quantidade de água armazenada na Barragem da Bravura, no barlavento (oeste), da bacia Ribeiras do Algarve, subiu para 20,8% a 31 de março, o dobro do verificado em fevereiro, mas ainda assim é a que menos água retém em Portugal.
Os dados revelam que as bacias Ribeiras do Algarve e do Arade – barragens do Funcho (53,1%), Arade (17,5%) e Odelouca (41,4%) -, mantêm valores inferiores às médias do período de referência 1990/91 a 2022/23.
No último dia do mês de março, as albufeiras de Odeleite (47,2%) e do Beliche (39%), ambas no sotavento (leste) algarvio, apresentavam um armazenamento de água inferior a 50% da sua capacidade, do total das nove albufeiras integradas na bacia do Guadiana.
Para o presidente da empresa Águas do Algarve, “apesar deste aumento proporcionado pela chuva recente, os níveis de água nas barragens algarvias ainda estão abaixo da média para esta época, mas permitem encarar o futuro com maior otimismo, comparando com a situação preocupante que se verificava no início do ano”, concluiu.
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