A vacinação contra a gripe na população com 65 ou mais anos no Algarve atingiu uma taxa de 80,6%, superando a média nacional, mas ainda abaixo dos 75% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo os dados divulgados pelo vacinómetro, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).
O Algarve apresenta uma das taxas de vacinação mais elevadas do país, ficando atrás apenas da Região Norte (85,2%) e da Região Autónoma da Madeira (78,6%), e muito acima dos Açores (36%), que registam o valor mais baixo a nível nacional.
Impacto da recomendação médica na vacinação
Os principais motivos apontados pelos inquiridos para a vacinação foram a recomendação do médico (44,4%), seguida do contexto de uma iniciativa laboral (23%), da iniciativa própria (20%), da notificação do SNS (7,4%) e por saberem que pertencem a grupos de risco (5%).
Sobre este impacto da recomendação médica, Nuno Jacinto, presidente da APMGF, afirmou que “os números falam por si”, destacando ainda a evolução na taxa de vacinação dos próprios profissionais de saúde.
O responsável lamentou, no entanto, que Portugal tenha ficado aquém da meta da OMS, apesar dos esforços de divulgação:
“Tem havido uma grande aposta na divulgação da campanha de vacinação, mas podemos fazer mais”, afirmou Nuno Jacinto, acrescentando: “É preciso que as pessoas saibam que a época gripal não acaba em dezembro e que podem e devem vacinar-se ainda nesta altura do ano, especialmente os grupos de risco”.
Taxas de vacinação em grupos prioritários
Além da população com 65 ou mais anos, os dados do vacinómetro indicam que 75,6% dos portadores de doenças crónicas se vacinaram, um valor ligeiramente inferior ao do ano passado (76,6%).
Entre os diferentes grupos de risco, destacam-se as seguintes taxas de cobertura vacinal:
- 89,5% das pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)
- 74,5% das pessoas com doença cardiovascular
- 73,7% das pessoas com diabetes
- 64,9% das grávidas (um aumento de 4,3 pontos percentuais face ao ano anterior)
- 48,7% dos profissionais de saúde em contacto direto com doentes, um aumento de 3,85 pontos percentuais em relação à época passada
Já entre a população com 85 ou mais anos, a taxa de vacinação atingiu os 85,1%, sendo que mais de metade (52,6%) desconhecia a existência de uma vacina de dose elevada gratuita para este grupo etário.
Co-administração da vacina da gripe com a da covid-19 em queda
O vacinómetro revela ainda que 68,2% das pessoas pertencentes aos grupos de risco optaram pela coadministração da vacina contra a gripe e contra a covid-19, um valor significativamente inferior ao registado na época passada (81,4%).
Algarve mantém elevada adesão, mas desafios persistem
Apesar da elevada adesão à vacina no Algarve, os valores ainda não atingem a meta da OMS, o que reforça a necessidade de continuar a sensibilizar a população, sobretudo os grupos de risco, para a importância da vacinação contra a gripe ao longo de toda a época gripal.
Com a taxa de cobertura vacinal do Algarve entre as mais altas do país, especialistas reforçam que a aposta na informação e na recomendação médica continua a ser um dos principais fatores para o aumento da adesão à vacinação na região e no resto do país.
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