O concelho de Tavira é a zona do Algarve onde a fatura sem IVA da água para 120m3 anuais, que engloba também o serviço de saneamento e resíduos sólidos urbanos, é mais cara — 399,03 euros por ano. Segue-se Vila Real de Santo António e Olhão com faturas anuais acima dos 380 euros, e os concelhos de Portimão, São Brás de Alportel e Faro, todos com faturas anuais acima dos 350 euros.
No extremo oposto está Monchique (o único concelho cujo saneamento e resíduos sólidos não são cobrados) que apresenta o valor mais baixo — 99 euros, seguido de Aljezur com 177,60 euros, dois dos três concelhos algarvios que não apresentam Tarifário Social.
Alcoutim com o Tarifário Social mais baixo
Dos 16 concelhos algarvios 13 apresentam Tarifário Social, sendo Alcoutim o que apresenta o valor mais baixo — 75,12 euros, seguido por Vila do Bispo (105,09€), Lagos (117,60€) e Olhão com 126,65 euros. Já a fatura mais cara no Tarifário Social encontra-se em Vila Real de Santo António — 265,30 euros, seguido por Tavira (230,99€).
Para consumos médios domésticos de 180m3 anuais (um aumento de consumo de 5m3 por mês) a fatura mais cara continua a ser a de Tavira — 551,43 euros por ano. Segue-se Olhão (516,59€), VRSA (493,59€), Portimão (489,07€), São Brás de Alportel (484,28€) e Faro (475,80€). Já no extremo oposto continuam Monchique que apresenta o valor mais baixo — 135 euros, seguido de Aljezur (219€).
Compare em baixo os tarifários e perceba a diferença entre concelhos do Algarve.
A Deco disponibiliza um comparador de tarifários que permite conhecer a diferença dos preços da água entre os concelhos basta clicar AQUI.
O que estão os municípios algarvios a fazer para poupar água?
No Algarve, várias autarquias decidiram encerrar piscinas municipais no verão e fontes ornamentais ou instalar redutores de caudais e também a Região de Turismo do Algarve propôs aos empreendimentos turísticos a redução da água em fontes ornamentais, na rega dos espaços verdes e na renovação da água das piscinas como medidas de contingência para responder à situação de seca.
A Câmara de Loulé, por exemplo, manteve encerradas até setembro as piscinas interiores na sede do concelho e em Quarteira, além de ter encerrado as piscinas exteriores de Loulé e de Salir às segundas, terças e quartas-feiras.
Em Castro Marim, o depósito de água da aldeia de Corte do Gago teve que ser abastecido diariamente por um camião cisterna desde que secaram os furos que abasteciam a localidade. Esta situação levou o presidente da Câmara, Francisco Amaral, a criticar os decisores políticos pela “demora” na construção da central de dessalinização de água, e, tal como o autarca vizinho de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves a defender a construção de uma barragem na ribeira da Foupana, afluente do rio Guadiana.
A situação de seca não abrange apenas o Algarve, mas é transversal à Europa e uma recente análise da organização “World Wide Fund for Nature” (WWF) indica que cerca de 17% da população europeia está em grande risco de escassez de água até 2050, o que poderá afetar 13% do PIB da Europa.