Dois anos volvidos após ter sido resgatada no Rio Guadiana e um ano depois de ter sido devolvida ao Oceano, a tartaruga Salina já se encontra a mais de 1850 quilómetros do local de despedida e já nadou mais de 7.600 quilómetros.
“A história da Salina começa por se cruzar com a de humanos no Rio Guadiana, onde foi resgatada por um pescador e sua esposa (Vanessa e Ricardo Gonçalves), que a encontraram presa em redes, em junho de 2021”, começa por explicar o Zoomarine.
“Na altura, pesava 38,7 quilos, entretanto, a 20 de julho de 2022, quando foi devolvida ao mar, a bordo do NRP Cassiopeia e numa sempre grata cooperação com a Marinha Portuguesa, já tinha 67 centímetros de carapaça e já pesava 51,8 kg, após passar 13 meses a receber cuidados no Porto d’Abrigo do Zoomarine”, acrescenta.
Acoplado à carapaça desta Caretta caretta está um equipamento (KiwiSat Argos) que tem permitido à equipa do Zoomarine acompanhar, hora a hora, dia a dia, a sua progressão marítima.
O percurso pode ser acompanhado via Internet e os dados serão usados em futuras publicações científicas. Se tudo correr como previsto, a bateria do aparelho ainda deverá permitir mais 4 a 8 meses de recolha de dados, mostrando se o Mediterrâneo continuará a ser, ou não, o destino de eleição deste réptil marinho.
O Porto d’Abrigo, fundado há 21 anos, em novembro de 2002, no Zoomarine, é financiado exclusivamente através dos bilhetes dos visitantes do parque e além de ser o primeiro, foi, igualmente e durante vários anos, o único centro, em Portugal, especificamente criado para e dedicado à reabilitação de espécimes aquáticos.
A Salina é uma das centenas de vidas salvas e devolvidas ao meio selvagem, num claro exemplo do nobre papel que os zoos progressistas podem e dever ter no apoio à Ciência, Educação para a Sustentabilidade, e Conservação da Natureza.