Kristoman nasceu em Almancil em 1986, na “melhor geração de sempre”, mas passou a maior parte da sua vida em Loulé e mais recentemente em São Brás de Alportel, berço da barbearia Brizzi, de que é dono.
Considera que teve uma infância normal, sem luxos nem talheres de prata, mas nunca teve uma infância miserável, diz o próprio. Na área da música, nunca teve influência familiar, algo incomum nos músicos e o rapper algarvio diz que não sabe bem de onde veio o interesse e a “sensação de responsabilidade” para com a produção musical.
Com um ‘background’ do rock e heavy metal, foi numa parceria entre a banda Limp Bizkit, do rock, e Method Man, do rap, que Kristoman percebeu que havia algo “bonito no rap”. Começa a explorar o HipHop americano e francês, que tinham semelhanças com o português, algo que levou o artista natural de Almancil a experimentar com o rap, até que percebeu que “tinha jeito para a coisa”.
Em Portugal, foram nomes como Regula, Valete, Dealema e Sam The Kid que inspiraram o músico algarvio. Atualmente, trabalha com os seus “ídolos” e conta com um ‘feature’ com Regula, por exemplo.
Em 2008, já com 4 anos de rap, lança o primeiro disco com YoCliché, intitulado de “Fetiche” e feito com “beats da net, algo normal na altura”, masterizado e montado por GiJoe. A mixtape foi gravada em um dia.
É pai e, quando questionado sobre a influência de filhos num ‘rapper’ diz que “os primeiros anos de vida te tira imenso tempo para criar, um artista precisa do seu espaço e tempo, mas faz parte do processo de vida, é uma questão de ter as coisas minimamente organizadas, agora como eles são um pouco mais crescidos tens mais tempo, mas também já ouvem e decoram as tuas letras, já temos de ter um pouco mais de cuidado com o que dizemos, têm as suas fases e temos de nos saber adaptar”.
Sair do Algarve não está nos planos de Kristoman, diz que tem tudo aqui e que há pessoas de todo o mundo a vir para o Algarve, frisando que não faz sentido sair e apenas “com uma proposta da Arábia Saudita” considerava e mesmo assim provavelmente recusaria.
Nos últimos tempos tem lançado várias músicas, todas com investimento sério na qualidade visual dos ‘videoclipes’, e com consistência e solidez nos projetos.
Se o mundo acabasse amanhã, Kristoman estaria provavelmente a produzir música com a sua família, enquanto comia Bacalhau à Gomes de Sá, mas “bem feito!”.
- Por João Melo (Glantosz) – Texto e fotografias
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