Na primeira grande campanha do ano, levada a cabo em maio passado, o Banco Alimentar do Algarve conseguiu angariar 108,53 toneladas de bens alimentares, em quase 100 superfícies comerciais distribuídas pelos 16 concelhos do Algarve. Bens a serem partilhados por 126 instituições de solidariedade social, abrangendo assim cerca de 22.500 pessoas.
Nuno Cabrita Alves, presidente do Banco Alimentar do Algarve, diz que metade dos bens recebidos correspondem a arroz, leite e massa. “São os produtos que as pessoas mais necessitam e também são dos mais baratos”.
O responsável do banco alimentar algarvio faz mesmo uma comparação com os primeiros anos de existência da instituição que dirige, de modo que se perceba uma alteração na natureza dos produtos doados. “Quando o Banco Alimentar do Algarve abriu, em 2007/2008, recebíamos muitos produtos de marca, e agora são quase todos da marca branca do supermercado onde está a ser feita a recolha. Quem ajuda também já tem dificuldade em doar os produtos mais caros”.
É já no próximo mês que tem lugar no Algarve (à semelhança do resto do país) mais uma recolha. E as expetativas estão altas. “Esperamos um aumento de bens doados, pois por norma a campanha de novembro é maior que a de maio. As pessoas recebem subsídios de Natal, e nas épocas festivas as pessoas estão mais predispostas a ajudar”, conta, podendo o Banco Alimentar chegar a cerca de 140 a 160 supermercados, num total que pode ascender aos 2500 voluntários no fim de semana da angariação dos bens.
Previsão de 3.500 toneladas só em 2023
O Banco Alimentar do Algarve espera recolher, só este ano, 3.500 toneladas de alimentos. A previsão consta do Plano de Atividades da instituição para 2023, referindo-se aos dois armazéns existentes no Algarve.
Segundo o documento, espera-se que o armazém de Faro receba 2.500 toneladas de bens, quantidade que apoiará 86 instituições parceiras e cerca de 14.500 pessoas em todo o sotavento. Estima-se que esta ajuda corresponda a um valor aproximado de 2,7 milhões de euros.
Já no armazém de Portimão estima-se a recolha de 1.000 toneladas de bens, a distribuir por 41 instituições de solidariedade social e 7.500 pessoas, num valor estimado de 1,2 milhões de euros.
- Por João Tavares
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