- Por João Tavares
O facto da N125 estar ‘manchada de sangue’ há vários anos é fruto da “ausência de políticas de segurança rodoviária” e da “falta de fiscalização nas estradas”, afirma o presidente e fundador da Associação dos Cidadãos Auto-Mobilizados.
“Desde 2015 que ninguém quer saber da segurança nas estradas. Este Governo é provavelmente o que menos fez nesta matéria”, conta Manuel João Ramos, referindo-se aos mandatos do primeiro-ministro António Costa. “Ele não fez praticamente nada, pois isto não dá votos”.
Segundo o presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, existe um Fundo de Garantia Automóvel que devia ser usado de outra forma. “É dinheiro que não é do Estado, mas sim dos contribuintes, e que está a servir para pagar à PSP e à GNR, em vez de ser aplicado, por exemplo, em políticas rodoviárias”.
Quanto aos níveis de fiscalização das autoridades portuguesas, “dos mais baixos da Europa”, Manuel João Ramos diz que “é possível viajar de Caminha ao Algarve sem ver uma única patrulha da GNR na estrada”. “O ideal era haver uma patrulha a cada 30 quilómetros de distância”.
Além de que Manuel João Ramos diz que o exemplo dos comportamentos na estrada tem de vir de cima. “Ter governantes que conduzem ou são conduzidos a mais de 200 km/hora é algo antissocial e criminoso”.
Mais 40% de probabilidade de ser vítima de um acidente
Se vive ou circula nas estradas algarvias, então tem mais 40% de probabilidade de ser vítima de um acidente de viação do que no distrito da Guarda. Esta conclusão foi noticiada pelo Postal do Algarve no passado mês de fevereiro, isto depois do site de comparações Hello Safe ter analisado os últimos dados estatísticos da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
O distrito de Faro não lidera em números absolutos, mas se tivermos em conta o rácio de número de habitantes e vítimas então o Algarve encabeça a lista. Basta dizer que por cada 100 mil habitantes, uma média de 434 acabam por se tornar vítimas de um acidente (sejam vítimas mortais, ferido grave ou até ligeiro), seguido de perto por Coimbra (428) e a região Autónoma da Madeira (426).
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