Em Quarteira, na Festa do Pontal, o antigo líder parlamentar de Pedro Passos Coelho, estreou-se com a parangona de que o país está mais pobre, tentando com as dificuldades impostas pela guerra construir uma “narrativa” cujo maior problema é a falta de adesão à realidade.
Esquecendo os cortes nas pensões e nas reformas e os convites à imigração dos jovens veementemente defendidos no passado recente por Luís Montenegro e mesmo tendo consciência que a injusta e injustificável invasão russa da Ucrânia está a provocar um aumento da inflação e dos custos de energia e combustível com forte impacto nas despesas mensais das famílias que importa apoiar – o que aliás já tinha sido anunciado em julho pelo Governo – a ideia que a direita pretende passar de que o país está mais pobre não resiste à analise dos factos.
Nos últimos anos o salário mínimo nacional aumentou cerca de 40%, continuando, contrariamente ao que dizia o PSD, o emprego e a economia a crescer. Passámos de 505 euros para os atuais 705 euros de valor de referência do salário mínimo nacional com o objetivo de atingir os 900 euros no final da atual legislatura. Simultaneamente, retiraram-se os cortes nas pensões, nas reformas (que foram todos os anos atualizadas) e nos salários da administração publica, retomaram-se as progressões e as carreiras, aumentaram-se os abonos de família, baixaram os valores das propinas no ensino superior e introduziu-se a oferta dos manuais escolares e, este ano, a gratuitidade progressiva nas creches.
“A conclusão de que temos um país mais pobre é falsa e revela que a direita baseia a sua intervenção na exploração dos casos da espuma“
Mas também do ponto de vista fiscal registam-se medidas positivas à criação de emprego, como foi a redução para 13% do IVA da restauração que o PSD havia aumentado para a taxa máxima ou, mais recentemente, a criação de dois novos escalões em sede de IRS, a dedução específica para o segundo filho e os apoios inscritos no IRS Jovem cuja aplicação tem impacto no aumento do rendimento líquido das famílias.
Entre 2016 e 2019 Portugal cresceu sempre acima da média da União Europeia, um ciclo de convergência interrompido pela pandemia, mas que este ano, de acordo com todas as análises internacionais, iremos retomar. Na verdade a economia, as exportações e o investimento estrangeiro em Portugal cresceu sempre e este ano, puxados pelo sector do turismo, que volta aos resultados pré-pandemia, voltaremos a crescer mais do que a média dos países da União Europeia e deixaremos o desemprego em mínimos históricos.
De acordo com o Banco de Portugal o rendimento médio das famílias cresceu 23,9% face a 2015. Isto é, a conclusão de que temos um país mais pobre é falsa e revela que a direita baseia a sua intervenção na exploração dos casos da espuma dos dias sem qualquer perspetiva de futuro.
Vivemos um período de grande incerteza. O Governo já mostrou de forma muito clara que não permitirá que as empresas obtenham lucros excessivos com a crise à custa da perda de rendimento das famílias e, naturalmente, se a guerra persistir, teremos que implementar mais medidas de controlo da inflação e de apoio às famílias, mantendo o rumo na consolidação dos serviços públicos, no crescimento da economia e dos rendimentos das famílias e sempre com um Estado de contas certas.