CUIDADO COM ELE
António Costa Silva é hoje Ministro da Economia e do Mar. Carrega consigo um cadastro de romântico aventureiro e serviçal da indústria petrolífera. Destacou-se à frente do consórcio Partex/Repsol que persistentemente tentou obter a exploração de petróleo e gás no off-shore do Algarve, felizmente chumbada em 2016, depois de forte oposição da sociedade civil algarvia. Mas o homem não aprende nem se rende.
Este homem é perigoso.
Tem o móbil, tem os meios.
Se tiver a oportunidade, há crime!…
Subitamente alçado à categoria de “pai do PRR”, que afiançou ter escrito em três dias (!,,,), e agora ungido com importante pasta ministerial, Costa Silva afirmou recentemente na Assembleia da República, em pleno debate orçamental, que “se houver hoje empresas interessadas em investir nas reservas de gás do Algarve, se vierem ter comigo, eu não terei reservas”.
Ou seja, porta aberta! Espantosa a ameaça, vinda de um governante que ignora o artigo 45º da Lei de Bases do Clima, aprovada em Novembro de 2021, em vigor desde fevereiro último, que proíbe quaisquer novas concessões de hidrocarbonetos em Portugal. Conviria que o pessoal não se distraísse. Este homem é perigoso. Tem o móbil, tem os meios. Se tiver a oportunidade, há crime!…
ÁGUA PELO PESCOÇO
Interessantes exposições de Rodrigo Proença de Oliveira e Brandão Pires em recente debate promovido pela Associação Almargem. O tema preocupante e atualíssimo era a seca e a escassez de água. De raspão, a propósito do Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações Climáticas, promovido pela AMAL, citou-se a subida do nível médio da água do mar. Seria bom que certos autarcas e deputados, quando falam da urgência da revisão de instrumentos de planeamento, se preocupassem também com a previsão de inundação das zonas ribeirinhas do Algarve, os galgamentos oceânicos, a erosão dos litorais arenosos e menos com a gula dos interesses imobiliários que querem betonizar o que resta da frente de mar.
VELOCIDADES
Nem é preciso invocar o Bugatti Centodieci de Cristiano Ronaldo, considerado o carro urbano mais rápido do mundo pelo Guiness World of Records, capaz de atingir 430 Km/h. Numa altura em que se reduzem os limites de velocidade nos meios urbanos a valores de tartaruga, e nas auto-estradas impera a barreira dos 120 Km/h, torna-se difícil de compreender porque razão a indústria automóvel produz viaturas com manadas de cavalos de potência a mais do que as estradas consentem? Fora de um autódromo, por onde andam? Ou será que passar a velocidades supersónicas torna um automóvel invisível aos olhos de um radar?…
* O autor não escreve segundo o acordo ortográfico