“Eu estou mal e isso permite-me que use todas as palavras que quero”, foi desta forma que Joaquim Vairinhos, homenageado esta terça feira pela Câmara Municipal de Loulé, de que foi seu presidente, falou ao numeroso grupo de amigos presentes no pavilhão municipal que ficou agora com o seu nome.
Fragilizado pela doença, Joaquim Vairinhos, professor, político, autarca e poeta, com várias obras publicadas, não faltou à chamada na cerimónia que assinalou a elevação de Loulé à categoria de cidade.
Desde muito cedo ligado ao desporto e ao associativismo, viria a ser como autarca, três vezes eleito presidente da Câmara de Loulé, que Joaquim Vairinhos, que foi ainda deputado europeu e membro do Comité das Regiões, se viria a destacar.
O seu nome ficará indelevelmente ligado a um compromisso ativo e empenhado em defesa dos interesses de Loulé e do Algarve.
“Agradeço a toda a comunidade que me deu a oportunidade de ser seu presidente, permitindo desta forma que eu pudesse descobrir os meus limites colocando-os à disposição de Loulé e da sua população”, sublinhou Vairinhos numa sessão marcada por forte comoção e lágrimas.
Na sua intervenção, recordou memórias de infância no largo da Graça onde nasceu, amigos, companheiros de caminhada política, adversários, divergências e cumplicidades.
Antes dele, o atual presidente do Município, Vitor Aleixo, destacou o perfil multifacetado de Vairinhos e a sua ligação profunda ao concelho e à região do Algarve, em nome dos quais nunca se furtou a uma “bom combate político” e de reclamar as obras que julgava essenciais junto do poder central.
Na cerimónia estiveram presentes amigos e antigos adversários políticos, personalidades das diversas áreas de atividade empresarial, cultural e institucional, sendo de destacar José Apolinário, presidente da CCDR, e Mendes Bota, antigo presidente da Câmara de Loulé, seu adversário político que fez questão de estar presente.
O Pavilhão Municipal de Loulé Professor Joaquim Vairinhos foi uma obra que nasceu da vontade do homenageado e ficará para sempre a assinalar o nome de um cidadão exemplar no exercício da sua atividade pública.
“Quando pensarem em mim, lembrem-me sempre como um algarvio marafado”, pediu com um misto de ironia e emoção.