Bruno Custódio, nome de registo, nasce em Faro em 1990, mas toda a sua infância é em Loulé, passando os dias com a avó Branca Anita, criando o caldo perfeito para uma infância cheia de boas memórias. Com pais e familiares consumidores ativos de música, é no seu ADN que reside o interesse pelo mundo das batidas. As memórias são bastantes de manhãs, tardes e noites passadas a ouvir cassetes do seu tio ou a rádio da sua avó.
Mas é com 12 anos que vem a primeira interação com a parte da produção e criação da música, quando os seus pais compram um Djambé, instrumento de percussão, e que Roddes começa a espalhar as capacidades de ‘batucar’ nos convívios familiares.
Aos 15 anos conhece André João, que o apresenta ao mundo do DJ’ing, levando-o a lojas e estúdios de música, onde a relação com os gira-discos começa, sem nunca imaginar que o levaria a tocar, com 16 anos, na escola básica que frequentou.
Depois da sensação de tocar ao vivo pela primeira vez, decide que é isso que quer fazer e compra dois gira-discos e uma mesa de mistura, transformando todo o tempo livre que tinha em tempo de treino e perfeccionismo na arte do ‘Beatmatching’, o acerto de batidas entre duas músicas. Daí em diante começa a tocar nas festas das escolas secundárias, angariando fãs e reconhecimento local que o levam a tocar na Trigonometria, espaço noturno emblemático na Quinta do Lago.
Sempre foi o Roddes para os amigos e seguidores, mas durante 3 anos foi uma metade da dupla ‘Vibesconnection’ até que, com cerca de 20 anos de idade, sente-se afastado da área de interesse pessoal, levando a que seguisse o resto da estrada sozinho, de novo Roddes. Deixa de aceitar ‘gigs’ para poder aperfeiçoar e descobrir o que realmente queria fazer: Música House e Eletrónica. Em 2018, já com o nome com os alicerces construídos, vai para a Sérvia, numa oportunidade das que poucas vezes aparecem, e toca para milhares no festival Exit.
Passados anos de carreira a solo, é atualmente um dos artistas e bookers dos festivais Cocktail Room e BLIND, programador artístico do Art Haus Club, em Faro, tem uma relação de 8 anos com a produtora Fuse Records e é uma referência para o desenvolvimento da ‘noite’ em Faro e no Algarve.
É ao Algarve que chama e sempre chamará casa, mas o futuro reserva-lhe passagens por Espanha, Holanda e Sérvia, reforçando que nunca irá virar as costas ao Algarve, especialmente ao seu “SHELTER”, a residência do artista farense, no primeiro sábado de cada mês, no Art Haus Club, em Faro, onde encontrarão sempre “excitação, alegria e amor”, nas palavras do próprio.
Felizmente para a cultura nacional, Bruno “Roddes” Custódio planeia não abrandar no seu trabalho e presença e frisa que ainda se sente no início, mas recomenda a todos que, se amanhã acabasse o mundo, fossem a uma discoteca e comessem costeletas de borrego com molho de tomate, coentros e esparguete.
- Por João Melo (Glantosz) – Texto e fotografias
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