Miguel Duarte, poeta algarvio, estreia-se no mundo literário com o seu primeiro livro de poesia, Rastilho. Nesta obra, o autor revela uma visão pessoal e intensa sobre a criação poética, que reflete não só a sua evolução enquanto escritor, mas também uma jornada de autoconhecimento que transcende a arte. Numa entrevista exclusiva ao Postal do Algarve, Miguel partilha o seu processo criativo, a sua relação com a verdade interior e o seu desinteresse pelas expectativas externas.
Para Miguel Duarte, a poesia é uma janela para a verdade. Ao escrever, ele mergulha numa fonte íntima de sentimentos, em busca de uma expressão pura e sincera, sem concessões. A sua abordagem ao processo criativo é marcada por uma paciência quase laboratorial, onde a inspiração não é um golpe divino, mas uma construção delicada e, por vezes, dolorosa. A poesia, segundo Miguel, exige uma fragilidade constante, um estado emocional que poucos géneros literários requerem com tamanha intensidade.
Em Rastilho, Miguel Duarte mostra-nos que a arte mais autêntica nasce da introspeção profunda, e que, quando se escreve com o coração, o público é apenas um eco do que realmente importa: a verdade interior
Rastilho é mais do que um título sugestivo; é a representação de uma tensão que percorre os seus poemas, onde cada palavra parece conduzir a um ponto de explosão emocional. Numa época dominada pela instantaneidade das redes sociais, Miguel critica a superficialidade da arte digital e alerta para os perigos de uma democratização artística que, por vezes, sacrifica a profundidade em troca de visibilidade.
Apesar de ter passado pelo mundo da música eletrónica, o autor confessa que a escrita sempre foi a sua verdadeira paixão. A música, durante algum tempo, preencheu um vazio criativo, mas foi na poesia que Miguel encontrou a sua voz. Para os jovens artistas, o conselho é simples: ser fiel à própria verdade, sem se deixar influenciar pelas expectativas alheias.
Em Rastilho, Miguel Duarte mostra-nos que a arte mais autêntica nasce da introspeção profunda, e que, quando se escreve com o coração, o público é apenas um eco do que realmente importa: a verdade interior.
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