Fomos até Albufeira falar com a norte-irlandesa Fiona Maria, atraída pelo Algarve em 2007, quando decidiu que queria dar aos seus filhos a oportunidade de vivenciar um aspeto diferente da vida que não implicasse qualquer consideração pela sua identidade religiosa, em contraste com viver na Irlanda do Norte, uma população que estava a recuperar de 30 anos de violência, bombardeamentos e tiroteios, divisão religiosa e incerteza política.
Fiona deixou o seu emprego a tempo inteiro na enfermagem e cuidados de adultos para passar mais tempo com os seus filhos e mudar-se para o Algarve. Os seus filhos aprenderam a língua, frequentaram a escola local e abraçaram o modo de vida português.
Com alegria diz que “fiquei impressionada com a simpatia e hospitalidade dos habitantes locais desde o momento em que cheguei e também tive o cuidado de mostrar respeito pelos costumes e tradições locais. Os meus filhos gostaram do estilo de vida ao ar livre, do clima mais ameno, de conhecer novos amigos e de mostrar-lhes que religião ou raça não deveriam ser uma questão que causa divisão e que deveríamos mostrar respeito mútuo pelas diferenças”.
Atualmente trabalha para se tornar doutora, tendo concluído uma licenciatura, duas pós-graduações, e um mestrado em Psicologia.
O seu interessante trabalho envolve pesquisar e aprimorar a compreensão de como o nosso cérebro e sistema nervoso funcionam, como os humanos se comportam e pensam uns nos outros em diferentes ambientes, depressão e ansiedade e os seus efeitos.
Sobre a atualidade no Algarve considera que “ainda existem desafios para os expatriados que se instalam no Algarve, as barreiras linguísticas e a navegação na burocracia podem ser obstáculos à plena integração na comunidade”.
No entanto, Fiona aconselha aos recém-chegados a “serem pacientes, terem a mente aberta e serem pró-ativos na superação destes desafios, especialmente na aprendizagem da língua. Além disso, espero que os habitantes locais abracem a diversidade, reconhecendo que as valiosas contribuições que os imigrantes trazem para a comunidade podem ajudar a promover um sentimento de unidade e respeito mútuo”.
Devido aos anos a viver no Algarve, Fiona diz com satisfação que tem visto “muitas mudanças, especialmente nas práticas amigas do ambiente e nas fontes de energia renováveis para o lar, especialmente na expansão da energia solar”. Também admite que adora ver “a crescente ênfase na sustentabilidade no Algarve, com esforços para proteger o ambiente natural da região e promover práticas amigas do ambiente”.
Fiona percebeu que houve um aumento de acomodações ecológicas, fazendas orgânicas e iniciativas de turismo sustentável, bem como esforços de conservação para proteger a vida selvagem e a biodiversidade da região.
Para concluir Fiona afirma que “o Algarve é um local que conquistou o meu coração, a sua beleza, charme e sentido de comunidade fazem dele um lugar especial para se viver”.
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