O Festival Internacional de Artes Performativas de Loulé – Tanto Mar regressou esta quarta-feira ao formato presencial, depois de um ano de ausência dos palcos devido à pandemia de covid-19, com grupos de Angola, São Tomé e Príncipe e Brasil.
Criado em 2019 pela Associação Folha de Medronho, com sede no concelho algarvio, o festival cumpriu as duas primeiras edições, mas em 2021 apenas realizou atividades ‘online’ e agora regressou às apresentações públicas, com espetáculos na quinta-feira, na sexta-feira e no sábado, em Loulé, depois de uma abertura informal nesta quarta-feira, antecipou à agência Lusa a presidente da associação, Alexandra Diogo.
A mesma fonte adiantou que, na quarta-feira, o Tanto Mar teve a sua “abertura informal” com um encontro que esteve aberto ao público, na Casa do Meio-Dia/ Editora Sul, Sol e Sal, onde estiveram entidades oficiais e artistas, e “uma pequena representação artística para abrir o apetite”, mas os espetáculos começaram na passada quinta-feira, às 21:00, no Cineteatro Louletano, com a apresentação de “Amêsa”, do grupo angolano Elinga Teatro.
Esta sexta-feira, também às 21:00 e no Cineteatro Louletano, o grupo são-tomense Cacau Teatro leva ao palco o espetáculo “Mionga”, naquela que será a “sua primeira apresentação pública”, destacou Alexandra Diogo, sublinhando que este “grupo não existia” e foi criado por “proposta de João de Melo Alvim”, o diretor artístico do Tanto Mar.
O Cineteatro acolhe no sábado, pelas 21:00, o encerramento do festival com o espetáculo “Ombela”, do grupo brasileiro O Poste, completando um cartaz com criadores artísticos de países de língua portuguesa, acrescentou.
A mesma fonte explicou que o festival nasceu com o objetivo de levar a cultura para zonas mais periféricas e fora dos grandes centros urbanos e promove uma dinâmica de partilha entre grupos e criadores de países de língua portuguesa, mas “não se esgota nas datas das apresentações”, porque estas são fruto de um trabalho que se prolonga todo o ano.
“Com as apresentações, em março, fecha-se um ciclo e abre-se outro. No próximo ano, que provavelmente será em maio, já veremos o produto do trabalho que será feito ao longo do ano com os países com quem nos cruzamos, onde estabelecemos relações com grupos e criadores, sempre numa ótica de desenvolver um trabalho inovador, para que o cruzamento de partilhas e de diferentes formas de fazer sirvam de aprendizagem para ambas as partes”, explicou.
A “promoção do relacionamento e da colaboração entre colegas e grupos” e o “privilegiar das relações de partilha de conhecimentos e de diferentes formas de fazer” são o mote deste festival, que visa “dar às artes performativas uma dinâmica infinita e permanente, em que haja sempre uma novidade”.
Questionada sobre o financiamento do festival, Alexandra Diogo preferiu não avançar números, mas destacou o apoio que é dado pela Câmara de Loulé, que é, considerou, “uma grande produtora de Cultura e uma autarquia está aberta ao diálogo e à formação e existência de associações de caráter profissional, como a Folha de Medronho”.
A presidente da associação disse que esse apoio do município “permitiu, nas duas primeiras edições, montar o festival em Loulé” e “cativar datas no cineteatro louletano”, mas sublinhou que a Folha de Medronho conta também com a “colaboração da Fundação Calouste Gulbenkian, no apoio à internacionalização”, com a deslocação de grupos e artistas entre os diversos países.
A edição 2022 conta ainda com “o apoio da Direção-Geral das Artes, que vinha de 2021, mas como o festival não se realizou [presencialmente e só contou com iniciativas online] transitou para 2022”, referiu ainda Alexandra Diogo.