Enquanto se discute sobre avanços tecnológicos como as “bodycams”, a realidade nas esquadras da Polícia de Segurança Pública (PSP) padece de falta de equipamentos básicos para conseguir garantir os recursos essenciais para o funcionamento diário das esquadras em geral.
Alguns agentes da PSP têm relatado ao POSTAL que as esquadras no Algarve estão enfrentando desafios significativos devido à falta de equipamentos básicos, impactando diretamente nas operações diárias e na capacidade de servir eficazmente a população. Um exemplo dado como preocupante é a situação na Esquadra da PSP de Tavira, que, desde o início de 2023 até a última semana de dezembro, funcionou “apenas com uma impressora funcional para toda a Esquadra com as suas diversas secções”.
Uma das questões mais notórias é a carência de equipamentos de impressão. A Esquadra de Tavira passou boa parte do ano com apenas uma impressora funcional para toda a unidade, incluindo as suas diversas secções. “A situação tornou-se ainda mais crítica quando a fotocopiadora, já antiga, avariou em junho de 2023, ficando fora de serviço”.
A solução encontrada pela Divisão de Faro foi a colocação de outra impressora, resultando em apenas duas impressoras para todas as secções da esquadra. Importante destacar que “apenas uma delas é multifunções, essencial para lidar com documentos variados provenientes de serviços públicos como o Tribunal e a Câmara Municipal”.
A falta de recursos básicos foi evidenciada de forma mais eminente quando, no primeiro trimestre de 2023, a única impressora multifunções existente avariou, levando a situações em que uma viatura policial teve que se deslocar regularmente até a Esquadra de Vila Real de Santo António para imprimir expedientes cruciais, como queixas e participações. “O problema só foi resolvido três semanas após inúmeros apelos”.
Essa realidade estende-se para além das impressoras. Equipamentos essenciais como rádios “estão em condições precárias, muitos deles só funcionando quando um elástico é aplicado para garantir o contato da bateria com o aparelho. Isso levanta sérias preocupações sobre a capacidade das esquadras da PSP no Algarve em servir eficazmente, especialmente numa região de grande afluência turística”.
Uma fonte oficiosa de um sindicato da PSP disse ao POSTAL que “a situação em Tavira destaca a necessidade urgente de investimentos em equipamentos básicos para todas as esquadras da PSP no Algarve. A falta de recursos essenciais não apenas afeta a eficácia das operações policiais, mas também coloca em questão a imagem de uma polícia moderna e eficiente, sobretudo numa região tão dinâmica e exigente como o Algarve”.
Leia também: Mais de 500 polícias manifestam-se vestidos de preto no jogo Portimonense-Farense