Nemo (nome artístico de David Mártires) nasceu em Faro no dia 30 de novembro de 1999, mas é em Tavira que reside. Lançou recentemente o seu primeiro single “Bolacha Maria” e revela-nos o que o levou a enveredar pelo mundo artístico.
A paixão pela música começou por volta dos sete anos na escola primária em Tavira quando pediu como prenda de anos ao seu pai um CD da banda alemã “Tokio Hotel”.
A partir daí começou a ouvir outros artistas como Alicia Keys, Rihanna, André Sardet, entre outros… chegando até a acompanhar o pai, que era locutor de rádio na altura, para cantar ao vivo no seu programa “Manhãs a sorrir”.
O seu sonho era viajar pelo mundo e atuar para milhares de pessoas. Com apenas 10 anos no 2º Ciclo da Escola D. Manuel I em Tavira, a vontade de aprender um instrumento era enorme e para conseguir comprar a sua primeira guitarra foi trabalhar nos viveiros do seu avô que tinha uma empresa de mariscos nas Quatro Águas, em Tavira.
Já com a guitarra comprada numa loja dos chineses por 50 euros, Nemo começa a ter aulas privadas em casa uma vez por semana com o primeiro professor, Ricardo Matos.
Algum tempo depois, teve mais uns meses de aulas na Fuzeta com o Domingues Caetano, da banda Íris, e o seu guitarrista na altura, Alexandre Ponte.
Devido a ter de frequentar a escola deixou as aulas de guitarra e continuou a aprender por si próprio através da internet, onde adquiriu a maior parte do seu conhecimento musical e artístico.
Nemo e dois amigos formaram a banda “The Flow”
Anos mais tarde, Nemo e dois colegas que também tocavam guitarra decidiram formar uma banda e procuraram um baterista, por sorte havia um no mesmo ano e marcaram um ensaio para ver como corriam as coisas.
Ouvir pela primeira vez o som das guitarras com a bateria foi “incrível” e fez com que os jovens quisessem continuar com a banda, tornando-se Nemo vocalista e guitarrista dos “The Flow”.
Mais tarde, após alguns ensaios a banda conseguiu várias atuações na escola, em cerimónias, bailes de finalistas e, mais tarde, em festas como a festa de aniversário da Rádio Gilão, Semana da Juventude, concentrações de motos, feiras entre outras.
Ao chegar ao 9º ano, Nemo decidiu que queria estudar teatro e foi na escola Tomás Cabreira, em Faro, que seguiu esse sonho, entrando no curso profissional de Artes do Espetáculo.
Tornou-se complicado conciliar os horários com os colegas da banda em Tavira, aos poucos foram-se afastando e apesar de manterem a amizade até hoje e reunirem-se ocasionalmente, os “The Flow” acabaram por não continuar o sonho.
A estudar durante a semana e trabalhar aos fins‑de‑semana num restaurante em Tavira como empregado de mesa, começou um novo ciclo.
Apesar de entrar no mundo do teatro, Nemo nunca esqueceu a música e continuou a tocar na nova escola para os novos colegas, integrando música e canto nas peças de teatro em que participou e até arranjou uma nova banda em Faro de Rock e Blues intitulada “MoeJoe”, onde tocou como baixista.
Jovem criou um canal no YouTube e apaixonou-se pela fotografia e pelo vídeo-making
Na adolescência, algumas dúvidas sobre o seu caminho surgiram e Nemo decidiu experimentar novas coisas, criou um canal no YouTube com o nome “Project Nemo”, começou a apaixonar-se pela fotografia e o vídeo-making, onde adquiriu mais uma vez através da internet conhecimentos que lhe permitiram formar a “Nemo Productions”, uma pequena marca individual que prestava serviços de fotografia e vídeo no Algarve.
Sessões fotográficas, eventos e videoclipes foram alguns dos serviços prestados por Nemo neste que seria o seu novo rumo. Sempre sem deixar a música de parte, compunha canções, tocava para os amigos e em casa e tocou até no casamento da sua irmã.
Nemo participou também nas curtas-metragens do seu pai, Fernando Mártires. Foi protagonista na curta “Alexandra” e participou como argumentista, realizador e produtor na curta “Zoom lado Ocular”, o que contribuiu para a paixão tanto pela representação como pelo audiovisual.
A vontade estava lá mas nunca foi suficiente para lançar os seus temas ao público, pois poderia comprometer a marca.
No ano de 2020 surgiu a oportunidade de sair de casa da mãe, com quem vivia, para morar em Faro com três amigos, e sem pensar duas vezes, mesmo sendo altura da pandemia covid-19 e sabendo que isso iria implicar ficar sem o trabalho no restaurante, começou uma nova etapa e um ano inesquecível. Nemo arranjou trabalho como estafeta da Glovo, Uber Eats e um part-time como caixa do continente, tudo enquanto prestava serviços da marca.
Sentimento especial levou Nemo a criar música “Bolacha Maria”
Em 2021 aparece uma oportunidade de trabalhar no estrangeiro como motorista de carros de teste e abraçou essa oportunidade, pois permitia-lhe viajar pelo mundo enquanto poderia juntar algum dinheiro, numa das viagens em trabalho, no Porto curiosamente, conhece a “Maria”, ela que deu o nome ao tema “Bolacha Maria” e foi aí que o gatilho ativou. O que Nemo sentiu por aquela rapariga foi algo tão especial que a única maneira de se expressar foi através de uma música.
É ainda no seu trabalho como motorista a viajar pelo mundo fora que escreve, compõe e grava as suas canções e envia para o seu “producer” “David Palma”, que faz a mistura e masterização das músicas.
A ambição faz parte da personalidade de Nemo e está mais do que certo que é na música que quer seguir o seu caminho, promete continuar a lançar músicas e um dia concretizar o seu sonho de criança de tocar para milhares de pessoas.