O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) é um dos mais importantes intervenientes no combate ao desemprego em Portugal, bem como na formação de pessoas, ajudando a inseri-las no mercado de trabalho e deste modo a dinamizar a economia de uma região.
Segundo o organismo, é preciso dotar as pessoas de ferramentas que as ajudem a fazer face aos desafios. “A evolução e as mudanças atuais na economia global, por via da evolução tecnológica e do desenvolvimento da inteligência artificial, com as respetivas consequências na mudança do mundo do trabalho, torna urgente a preparação de qualquer cidadão para a transição digital, energética e ambiental, de forma a contribuir para um mundo ecologicamente mais sustentável, bem como mais inclusivo e democrático e em que qualquer cidadão tenha um lugar”, lê-se num documento enviado ao Postal do Algarve.
Segundo a delegação Regional do Algarve do IEFP, a aposta tem sido abranger um maior número de pessoas nos últimos três anos. Em 2022, o total de formandos na região sul, segundo dados do IEFP, era de 13800 (Serviço de Formação Profissional de Faro e Serviço de Emprego de Portimão), distribuídos pela diversa oferta formativa, número que subiu para 14191 em 2023 (mais 391). E o ano de 2024 deverá ver esse número ser superado, já que até ao passado dia 5 de junho o número de formandos já ascendia a 8503, ou seja, cerca de 60 por cento do valor total de 2023.
Mas se não há formação sem formandos, também não o há sem formadores. E no Centro de Emprego e Formação Profissional de Faro e no Centro de Emprego e Formação Profissional do Barlavento o número de profissionais ascendeu aos 380 em 2022, 353 em 2023, enquanto no presente ano o número de formadores é de 228 (este valor contabilizado até ao final do mês de maio).
Com diversos programas em marcha, o IEFP destaca os programas com maior adesão de pessoas, nomeadamente o Vida Ativa-Emprego Qualificado, que é uma formação de curta duração, que se destina em grande parte a desempregados sazonais inscritos nos Serviços de Emprego. Igualmente de curta duração são as formações modulares, onde funcionários de empresas podem alargar os conhecimentos em diversas matérias.
Para aqueles que escolhem Portugal para viver, o IEFP tem disponível o programa Português para Todos, onde os cidadãos estrangeiros podem aprender a língua portuguesa e assim terem uma maior facilidade de se inserirem no mercado de trabalho. Quanto às pessoas sem grandes qualificações profissionais, e que estejam no desemprego, o IEFP oferece o programa de longa duração Educação e Formação de Adultos.
E numa altura de grandes transformações tecnológicas, o organismo também oferece diversas ações no domínio digital, dirigidas a ativos empregados e desempregados.
“O Algarve não é só restauração e hotelaria”
No ano passado, altura em que a União Europeia promoveu o Ano Europeu das Competências, Madalena Feu, delegada regional do Algarve do IEFP, em conversa mantida com o Postal do Algarve, manifestava a importância das pessoas se adaptarem aos novos desafios. “O Algarve não é só restauração e hotelaria. Temos de apostar noutros setores e alguns já estão identificados. Um dos mais importantes é o que está relacionado com a transição digital, pois temos de acompanhar esta importante mudança nas novas tecnologias. E o digital é transversal a todas as atividades”.
Mas há outros. “É preciso investir também na área da transição energética, climática, nos setores da saúde e bem-estar. Todos estes setores podem ajudar a encontrar outros focos de desenvolvimento na região”.
E os jovens são um dos principais ‘alvos’ do IEFP, que procura assim formar talento. “Temos de manter os nossos jovens licenciados, mas também há falta de graus intermédios no Algarve. Falo de formações nível 4, 5 ou mais baixos. São essas pessoas que vão estar naquelas atividades onde não são precisos cursos superiores”, adianta a responsável, enaltecendo o esforço de dotar o mercado de trabalho com pessoas capazes.
“A vantagem da qualificação profissional é que muita dessa formação implica um estágio com uma carga horária elevada numa empresa. A maior parte desses jovens ficam a trabalhar nas empresas onde estagiam ou vão para outras”.
- Por João Tavares
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